Uma pesquisa científica apontou os resultados de um estudo comparando o efeito de imunizante contra o coronavírus entre vacinados e não vacinados. A conclusão apontou ainda como a vacina funciona no organismo de uma pessoa imunizada que foi infectada pelo coronavírus e desenvolveu a covid.
O nível de proteção é de dez meses após a aplicação da dose, de acordo com análises da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. O tempo leva em consideração infecção, doença sintomática e enfermidade grave. Além disso, os cientistas notaram que uma pessoa vacinada tem 88% menos risco de hospitalização ou morte em caso de infecção pela coronavírus.
Conforme aponta o infectologista Marcelo Daher, o cenário atual é de muitas pessoas vacinadas expostas à covid. A imunização proporcionada pela vacina tem papel estratégico, mas o corpo humano consegue reforçar as defesas com as chamadas células T, que possuem memória imunológica e ajudam a prevenir doenças.
“O que parece é que após alguns meses de doença, principalmente por conta das mutações do vírus, as pessoas passam a ficar mais suscetíveis à doença novamente. Provavelmente, as pessoas com maior risco de doenças mais graves, como aquelas acima dos 75 anos e com comorbidades, terão mais risco com o passar do tempo. Apesar disso, o que observamos é que mesmo nessas pessoas vacinadas por duas, três ou quatro vezes e até mesmo tiveram a doença, a gravidade da doença tem sido reduzida”, avalia.
O especialista acredita que as atuais vacinas poderão deixar de ser aplicadas em toda a população. Daher pontua que o contexto aponta para a eficácia de focar a imunização de grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades, porque eles têm maior chance de desenvolverem formas graves de covid. “A gravidade da doença, temos visto, tem sido menos comparada a 2020 e 2021, provavelmente pela vacinação em massa”, afirma.
Apesar da aparentemente “leve” imunização, a pesquisa destaca a importância da vacinação inclusive para evitar contágio da doença. O artigo publicado na revista The Lancet se baseia em 65 estudos sobre as cepas original, alfa, delta e ômicron — até a subvariante BA. – produzidos em 19 países, entre eles o Brasil.