Influencer digital promete infectar pessoas com sífilis no Rio de Janeiro

sífilis

Um vídeo polêmico divulgado por uma influenciadora digital está assustando os internautas. A blogueira Carol Delgado publicou que espalharia sífilis no carnaval carioca. Ela associou a doença aos colonizadores portugueses e, para minimizar, afirmou na legenda que tem “só monkeypox”.

“Nesse carnaval, eu não vou ir [sic] de índio porque é errado. Eu vou de portugueses descobrindo o Brasil, que eu vou chegar no Rio de Janeiro passando sífilis para todo mundo”, afirmou Carol, que não comentou a “piada”.

O Código Penal prevê como crime de perigo o contágio de doença grave. A conduta, no entanto, depende da comprovação de que a pessoa contaminou outras de maneira intencional, ou seja, com a finalidade ou vontade de transmitir a doença. A pena é de um a quatro anos de reclusão e multa. 

Segundo o advogado Renan Vieira, o tema teve bastante repercussão por conta da pandemia do covid e voltou à tona agora em meio ao carnaval.  “Os tribunais brasileiros estão cheios de exemplos de condenação por esse crime, exemplo de moléstias graves que já geraram condenação são as ISTs como AIDS, sífilis e herpes, bem como outras moléstias transmitidas pelo sistema respiratório como covid e varíola dos macacos (monkeypox)”, detalha.

Conscientização

A repercussão do vídeo foi tanta que o Ministério da Saúde postou no perfil no instagram dados atuais sobre a doença no Brasil. Em seis meses, entre janeiro e junho do ano passado, houve registro de 122 mil novos casos da doença. De acordo com a pasta, o teste rápido está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e o resultado é liberado em meia hora. 

Casos de sífilis no Brasil

2021

167 mil novos casos de sífilis adquirida 

74 mil casos em gestantes

27 mil casos congênitos

192 óbitos

2022 (até junho)

79,5 mil novos casos de sífilis adquirida 

31 mil casos em gestantes

12 mil casos congênitos

O infectologista Marcelo Daher afirma que os diagnósticos aumentam após celebrações como carnaval. “A sífilis ocorre todo ano, mas nestas festas a exposição e promiscuidade são maiores, o que faz aumentar as estatísticas de ISTs [Infecções Sexualmente Transmissíveis] “, frisa. Segundo ele, o preservativo e se abster sexualmente são as melhores formas de prevenção. O tratamento é feito com administração de penicilina. 

A doença apresenta sintomas como ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, mas desaparece sem deixar cicatriz. Meses ou anos depois, ela reaparece em complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos e até morte.

Cura da Aids

Na semana passada foi divulgado o quinto caso de cura de Aids. A novidade aumentou a esperança para a cura  por meio do tratamento genético. Apesar de positiva, a notícia ainda se limita aos casos de pacientes com o vírus e em estágio avançado de câncer. A terapia não deve se popularizar devido à complexidade. Os pacientes com a infecção atualmente têm como recurso o uso do chamado coquetel de medicações.

Os cientistas conseguiram bons resultados ao editarem os genes direcionados a receptores específicos em um homem de 53 anos, assistido em Düsseldorf, na Alemanha. Ele tinha leucemia, descoberta seis meses após começar a se tratar contra o HIV, e recebeu células-tronco de um doador resistente ao vírus. O estudo publicado na revista inglesa Nature Medicine confirmou que o paciente entrou em remissão logo em seguida.

“São poucos casos. Não será uma prática usual devido aos riscos e complexidade de transplante de medula, mas é uma prova de que é possível uma cura. Todos os pacientes tinham indicação precisa desse procedimento porque estavam com doença hematológica grave. É feito após  encontrar doador com um marcador da célula que resiste naturalmente ao HIV. O vírus tem uma dificuldade muito grande de infectar essas células. São consideradas pessoas ‘imunes’ ao HIV”, esclarece Daher.

 

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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