A mãe de Ariane Bárbara, Eliane Laureano, desabafou dizendo estar aliviada após a condenação do réu Enzo Jacomini Carneiro, conhecido como “Freya”, que é um dos acusados de matar a jovem, em 2021. Ele foi condenado a 15 anos de prisão. No entanto, Eliane afirma que a busca por justiça pela morte da filha ainda continua, uma vez que dois dos acusados ainda não foram julgados.
“Isso é muito pouco pra mim, porque se sair, vai fazer outras vítimas. Isso [condenação] é a única coisa que me alivia. Sei que não vai estar fazendo mal, pelo menos, por um tempo”, disse a mãe de Ariane.
Enzo foi condenado durante o júri presidido pelo juiz Jesseir Coelho, nesta segunda-feira, 13, pelo homicídio da jovem e por ocultação de cadáver. Ele foi absolvido do crime de corrupção de menor, devido a participação de uma adolescente no crime. Veja como ficou:
- Condenação por homicídio: 14 anos de prisão;
- Condenação por ocultação de cadáver: 1 ano de prisão, além de 10 dias-multa sobre um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo do fato (valor deve ser definido pela procuradoria).
Outros três jovens, que se diziam amigos de Ariane, participaram do crime, mas dois deles entraram com recurso e serão julgados por júri popular em outra data, sendo: Raíssa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues.
Defesa entra com recurso
Após a sentença, a defesa de Enzo disse que achou injusta a condenação por homicídio, visto que teria apresentado argumentos que mostram que não haviam provas nos autos suficientes para afirmar que houve a participação direta do réu no homicídio. A defesa entrou com recurso contra a decisão do júri.
Ao longo do júri, o advogado Cleib Bueno de Morais, que faz a defesa de Enzo, afirmou que o cliente não sabia do planejamento da morte de Ariane e defendeu que ele só deve ser condenado pela ocultação de cadáver.
“Ele passou a ter conhecimento dentro do carro. Ele ajudou a ocultar o cadáver. Em relação ao homicídio, ele não tinha conhecimento. Ele também foi uma vítima de tudo isso. Depois de não ter mais opções dentro do carro, ele ficou no local”, disse.
Acusados
Na época, a Polícia Civil (PC) apurou que o crime foi planejado com o objetivo de descobrir se Raíssa Nunes era psicopata. Para isso, ela tinha que matar uma pessoa para avaliar a própria reação após o assassinato. Ariane Bárbara foi escolhida pelos amigos por ser pequena e magra. Assim, se ela reagisse, os três conseguiram segurá-la com mais facilidade, segundo a polícia.
Os acusados do crime são:
- Enzo Jacomini Carneiro (Freya): apontado como autor de facadas em Ariane dentro do carro;
- Jeferson Cavalcante Rodrigues: usou o próprio carro para levar o grupo no passeio e depois jogar o corpo numa mata;
- Raíssa Nunes Borges: apontada como autora de facadas.
- Adolescente: foi apreendida à época do assassinato, mas o processo corre em segredo de justiça.
Ariane desapareceu no dia 24 de agosto de 2021, após dizer para a mãe que iria se encontrar com os amigos para lanchar e que eles pagariam a comida. A mãe dela, Eliane Laureano, disse que a filha chegou a mandar uma mensagem de voz contando que voltaria para casa no mesmo dia, o que não aconteceu.