TCU determina que Bolsonaro entregue joias até a próxima semana

TCU determina que Bolsonaro entregue joias até a próxima semana

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem prazo de cinco dias para devolver parte dos presentes recebidos durante o mandato. As peças foram incorporadas ao acervo pessoal do político, apesar de não terem o chamado caráter “personaíssimo”. Os itens deverão ser entregues à Secretaria da República até a próxima semana.

 

Bolsonaro deve entregar joias até a próxima semana

 

A decisão unânime do plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) foi a primeira de um processo que apura o caso. A lista é composta por relógio, caneta, abotoaduras e um tipo de rosário da marca suíça de diamantes Chopard prestados pelo governo da Arábia Saudita em 2021 e ainda um fuzil e uma pistola recebidos dos Emirados Árabes em 2019.

 

Um segundo pacote de joias formado por um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos em diamantes guardado pela Receita Federal e que foi alvo de oito tentativas de resgate por parte de Bolsonaro  terá o mesmo destino, mas ainda não há uma data definida. O valor estimado é de R$ 16,5 milhões.

 

De acordo com o ministro da Justiça e Segurança e Segurança Pública, Flávio Dino, a entrada as joias no Brasil sem serem declaradas  pela Receita Federal pode “configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos. A Polícia Federal (PF) investiga o caso.

 

Os ministros do TCU prometem fazer uma inspeção em todos os presentes recebidos pelo governo anterior. Além disso, a instituição deve estabelecer normas para auditar permanente do acervo presidencial a fim de cada gestão e catalogação dos itens em acervo público ou privado.

 

“Não é possível que a cada quatro anos tenhamos uma crise porque esse ou aquele presidente entendeu que aquele presente era para seu acervo particular”, presidente do TCU”, declarou o ministro Bruno Dantas.

 

Em 2016, o TCU normatizou o que são considerados itens do acervo presidencial e entidades. Os ocupantes da chefia do Executivo federal podem ficar somente com presentes de natureza pessoalíssima, como medalhas personalizadas, ou de consumo direto, como bonés, camisetas e gravatas. 

 

Apuração

 

A Polícia Federal (PF) está investigando o caso das joias. Os agentes acreditam que o adiamento do retorno de Bolsonaro dos Estados Unidos ao Brasil pode configurar “evasão do distrito da culpa”. Em fevereiro, ele declarou em entrevista ao Wall Street Journal que retornaria ao Brasil em março para liderar a oposição ao governo Lula. Ele e a família estão nos Estados Unidos desde 30 de dezembro na mansão do ex-lutador de UFC, José Aldo.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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