Mais da metade da população de Goiânia está acima do peso, segundo pesquisa

obesidade Goiânia

Os goianienses estão mais gordinhos do que deveriam, segundo uma pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O levantamento apontou que 56,29% da população está acima do peso, e 23,25% pode ser considerada obesa. A balança fora de controle potencializa o risco de problemas no coração, diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer, além dos aspectos físicos, sociais e psicológicos.

 

A doença é causada pela ingestão excessiva de alimentos,  falta de atividade física, tendência genética e problemas hormonais. De acordo com o médico cirurgião bariátrico e metabólico, Paulo Reis, o acúmulo de gordura corporal do sobrepeso e da obesidade se diferenciam pela a gravidade. “O sobrepeso está relacionado a um percentual menor quando comparado à obesidade, que tem a quantidade de gordura maior e maior probabilidade de impactar na saúde como um todo”, detalha.

 

A definição varia conforme o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir do peso dividido pela altura ao quadrado. “Para o sobrepeso, o IMC fica entre 25 e 29,99 enquanto a obesidade seria diagnosticada com o IMC a partir de 30”, esclarece. No Brasil, uma em cada quatro pessoas com 18 anos ou mais está com obesidade, o equivalente a 41 milhões de pessoas. Em Goiás, a condição afeta todas as idades, segundo os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (SISVAN/MS). 

 

Os adolescentes goianos tiveram o maior aumento no número de pessoas com sobrepeso e obesidade por faixa etária em uma década. Houve uma alavancada entre 2010 e 2020, saltando de 18,2% em 2010 para 32,7% em 2020. Já as crianças entre 5 e 9 anos tiveram um aumento de 30% (passando de 25,7% para 33,5%). Nos adultos, o aumento foi de 47% (de 44,7%, em 2010, atingindo 66,7% em 2020), e nos idosos de 25% (de 38,8% passaram para 48,4%). As crianças menores de 5 anos mantiveram o índice em 15%.

 

A obesidade em crianças e adolescentes prejudica esse público e o próprio sistema de saúde devido aos altos custos relacionados ao tratamento e complicações.  Parte da explicação para essa mudança de cenário são os chamados ambientes obesogênicos, ou seja, locais que promovem e favorecem comportamentos sedentários e escolhas alimentares não saudáveis com presença de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, sódio, aditivos químicos e pobres em nutrientes.

 

Descontrole

 

Manter um peso saudável não é fácil e não depende exclusivamente da vontade de quem sofre com o problema. A prevenção se baseia na fórmula alimentação saudável, exercícios e até medicação, mas, em alguns casos, o tratamento exige intervenção mais invasiva, como a cirurgia bariátrica. O procedimento é indicado para a obesidade mórbida ou grave e para pacientes que tenham o IMC maior ou igual a 40 ou maior ou igual a 35, quando existem comorbidades. 

 

A cirurgia bariátrica tem ganhado cada vez mais popularidade no Brasil. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) aponta que o número de cirurgias bariátricas cresceu 84,7% entre 2011 e 2018. Paulo ressalta que é necessária uma avaliação médica rigorosa porque os resultados não são a cura da doença. “A intervenção pode ajudar o paciente a perder peso rapidamente, mas a manutenção desse peso depende de uma mudança permanente nos hábitos alimentares e de atividade física”, frisa Reis.

 

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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