Em menos de um mês depois de iniciar a Operação Atria, que foi voltada ao combate contra a violência doméstica, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia concluiu 490 inquéritos. O número, conforme a delegada Azuen Albarelo, é 665,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 64 ocorrências.
Ou seja, a DEAM concluiu 18 inquéritos por dia durante o andamento da operação deflagrada no último dia 27. Entre as ocorrências, de acordo com Azuen, foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão, instaurados procedimentos e medidas protetivas de urgência. Ela afirma que foi o maior balanço da história do estado.
Uma das prisões, inclusive, ocorreu no último dia 16, quando um homem, de 21 anos, foi preso suspeito de tentar matar a ex-esposa atropelada com o auxílio do próprio cunhado, que emprestou a moto para ele, em Goiânia. O suspeito, que tem um filho de nove meses com a mulher, de 18 anos, teria tentado forjar uma tentativa de suicídio por parte da vítima, a fim de esconder o crime da família.
“A operação desempenhada pela DEAM foi um sucesso total. Conseguimos com a remessa recorde de inquéritos policiais jamais vistos, responder ao anseio das vítimas que temiam que a não punição do agressor gerasse mais violência e até mesmo risco às suas vidas, porque homem que bate em mulher é bandido sim”, afirmou.
Operação Atria
A Operação Átria foi lançada no final de fevereiro e reuniu as polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e Penal, entre outros órgãos do Governo de Goiás, para ações de combate aos crimes contra a mulher, em especial, o feminicídio.
Por determinação do governador Ronaldo Caiado, o cumprimento de mandados de prisão de agressores e a fiscalização de medidas protetivas foram intensificados em Goiás.
Coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), as equipes também devem apurar denúncias, realizar visitas e diligências, instaurar procedimentos e desenvolver campanhas educativas.
Além da morte violenta de mulheres, também estavam no foco da Operação Átria os crimes de estupro, lesão corporal, ameaça, assédio sexual, importunação sexual e violência psicológica.