Com regras engessadas, aposentadoria especial pode se tornar benefício apenas no papel

aposentadoria

A discussão sobre a flexibilidade da concessão da aposentadoria especial deve chegar ao fim ainda neste semestre. O debate está centrado na dificuldade de os trabalhadores alcançarem todos os critérios determinados com a reforma da Previdência, em 2019. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, chegou a designar uma especialista no assunto para ajudá-lo a tomar uma decisão.

 

O processo é uma reclamação da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI). A entidade alega que o atual formato impede que as pessoas que atuam em áreas prejudiciais à saúde gozem do benefício, criado para proteger os funcionários desse segmento com a possibilidade de se aposentarem com valor integral antes dos demais. A alteração feita há três anos limitou o valor recebido pelo segurado. Na prática, a aposentadoria especial existiria somente no texto da legislação. 

 

A rigidez das regras tornariam praticamente impossível a conquista do benefício pelos trabalhadores. Atualmente, os interessados precisam atingir idade mínima conforme o tipo de atividade e não podem converter o tempo especial em comum. A inovação retirou o “bônus” nas contribuições e criou um pedágio para quem já estava no mercado de trabalho ao exigir pontuação mínima composta pela soma da idade com tempo de contribuição. Antes da Reforma não havia exigência de idade mínima para a aposentadoria especial, sendo necessário apenas comprovar 25 anos de atividade especial de risco baixo ou 20 anos de atividade especial de risco médio.

 

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)  favorece todos que trabalham em exposição a agentes nocivos ou em condições de periculosidade, que podem trazer prejuízos à saúde e/ou à integridade física, a exemplo de frio, calor, ruído ou agentes biológicos. Devem ser impactados diretamente com a possível nova aposentadoria especial os farmacêuticos, dentistas, médicos, técnicos e especialistas em laboratórios, vigilantes não armados, engenheiros, eletricistas, frentistas, aeronautas, mecânicos e gráficos.

 

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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