HMAP realiza mutirão de cirurgias de joelho com procedimento inédito

A partir de hoje, 31 de março, até o próximo 2 de abril, os times de três hospitais estão unidos para mais um mutirão de cirurgias, dessa vez as ortopédicas de joelho, no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). As equipes médicas e multiprofissionais do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e de Goiânia estão juntas com o time de cirurgia ortopédica do HMAP para realizar 12 próteses totais e 12 cirurgias de reconstrução ligamentar. Dentre essas, as artroplastias, popularmente conhecidas como próteses de joelho, são realizadas pela primeira vez no Hospital.

“Em uma conversa com o gerente da Ortopedia Einstein, Mario Lenza, expressei o desafio de conseguir operar pacientes ortopédicos de alta complexidade, com necessidade de prótese de joelho no HMAP. Rapidamente ele comprou a causa dos pacientes e propôs um trabalho em rede. É muito gratificante ver um projeto como esse trazendo benefícios reais para a comunidade”, afirma Felipe Piza, diretor médico do HMAP.

Segundo Lenza, a ideia de um mutirão de cirurgias do joelho para beneficiar a população de Aparecida de Goiânia empolgou tanto os ortopedistas de SP que houve concorrência para decidir quem seria destacado para a viagem. “Nosso objetivo é levar a prática dos médicos do Einstein Morumbi, além do cuidado da nossa equipe multiprofissional. Médicos residentes e alunos da Faculdade de Medicina Einstein estarão encarregados da educação, orientando da melhor forma os pacientes sobre a cirurgia e os cuidados pós-cirúrgicos. ”

Isabela Paião, enfermeira coordenadora da Ortopedia Einstein, acrescenta que o mutirão envolve diversos profissionais que vêm atuando nos bastidores há meses para que a ação ocorra da melhor forma possível. “Foi necessário reunir gente especializada em logística de materiais e equipamentos, no relacionamento com indústrias de material, no treinamento de profissionais, além de toda uma equipe de apoio para organizar o deslocamento de pessoas entre SP e GO, com o objetivo de levar ao paciente ortopédico um cuidado individualizado, seguro e de qualidade.”

Menos espera, mais saúde

O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, destaca que os mutirões são uma estratégia da pasta para agilizar as operações e assim diminuir o tempo de espera dos pacientes: “Em setembro do ano passado o HMAP realizou o primeiro mutirão de cirurgias eletivas após dois anos de pandemia, período em que esses procedimentos ficaram suspensos. Naquela data, aproximadamente seis mil pessoas aguardavam por uma cirurgia eletiva. Com esforços conjuntos já reduzimos essa fila para 2.103 pacientes”.

O gestor informa que a atual fila de espera para cirurgia no joelho em Aparecida é de 208 pacientes: “O mutirão desta semana vai atender, em apenas três dias, 10% da fila de espera”. Ele explica ainda que nenhum paciente que aguarda por esse tipo de procedimento precisa procurar o HMAP diretamente. “A Central de Regulação entra em contato com as pessoas e organiza a fila de espera. A Central é que vai avisar quem está aguardando quando for a hora de fazer a avaliação pré-operatória e tudo o mais que for necessário. ”

Time de excelência

Este mutirão de cirurgias do HMAP reúne grandes nomes da cirurgia ortopédica de joelho do Brasil. Entre eles, os ortopedistas Luiz Fabiano Taniguchi, Lauro Augusto Veloso Costa, Moisés Cohen, Camila Cohen Kaleka, Joicemar Tarouco Amaro, Noel Oizerovici e Fábio Pacheco.

Do Einstein Goiânia estão presentes no mutirão do HMAP os ortopedistas Junichiro Sado Junior, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT/GO); Andrei Machado Viegas da Trindade; José Augusto Estima Ferreira; Guilherme Chaves Cunha e Igor Matsuy Pacheco Lehnen.

“É uma iniciativa espetacular da Ortopedia Einstein, em parceria com o Einstein de Goiânia, levar seus médicos para realizar este mutirão aos pacientes do SUS. Se Deus quiser, outras equipes poderão também fazer o mesmo no futuro”, diz Moisés Cohen.

Mutirões nos fins de semana

Desde o início do ano, o time do centro cirúrgico do HMAP tem realizado mutirões em diferentes áreas: cirurgia geral, ortopédica, urológica, ginecológica, digestiva, coloproctológica e cardíaca, dentre outras. Dos 1693 procedimentos cirúrgicos realizados de janeiro até este fim de semana, tanto eletivos quanto de urgência, 155 foram agendados aos sábados e domingos. “Nossa equipe está trabalhando incansavelmente para dar mais acesso à população de Aparecida de Goiânia aos serviços com qualidade e segurança”, afirma Patrick Araújo, coordenador do Centro Cirúrgico.

“Sabemos que as cirurgias ortopédicas, especialmente as de joelho, são um gargalo grande para o município pois há muitos pacientes aguardando esse perfil de cirurgias aqui. Com esse mutirão, conseguimos começar a dar vazão para esses procedimentos e o ponto de novidade são as próteses de joelho, que não estavam sendo feitas e passam a ser realizadas a partir desse momento do mutirão”, destaca Patrick Araújo.

O coordenador ainda lembra que o HMAP é a primeira instalação pública parceira do Einstein fora do Estado de São Paulo e que tem recebido profissionais de outras cidades e Estados. “Talvez estejamos vendo a história sendo construída em seu princípio. Essa ação como rede deve sempre se intensificar porque tem surtido um efeito muito positivo tanto para nós quanto para as equipes de São Paulo que vêm atuar conosco. Temos observado a existência de uma rede cirúrgica independente de fronteiras que tem feito a diferença para nós e para a população. ”

Vida nova

Na manhã desta sexta, 31, Cristiane Umbelina da Silva, moradora do Jardim Olímpico, comemorou o sonho realizado de fazer uma artroplastia de joelho, procedimento pelo qual ela aguardava há três anos na fila de espera. Ela comemorou enfatizando que “é uma grande vitória, vivi muito tempo com dor e aí surgiu esse mutirão. Eu agradeço por essa oportunidade, isso é ótimo, graças a Deus. Além disso, estou sendo bem assistida, o pessoal do HMAP é muito carinhoso e não tenho nada a reclamar. Só penso que depois da cirurgia vou andar direito, não vou mais mancar.”

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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