O Centro de Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas (Cerfis), unidade que integra a estrutura do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) do Governo de Goiás, zerou a fila de espera por cirurgias para correção da malformação congênita popularmente conhecida como lábio leporino. A espera para o procedimento durava, em média, um ano e sete meses.
Entre fevereiro de 2022, quando o serviço foi transferido para o Hecad, e março de 2023, o Cerfis ultrapassou 5 mil atendimentos e 270 cirurgias. O serviço especializado é único no estado e realiza ainda exames, consultas, tratamento odontológico e acompanhamento multiprofissional com psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais. O Centro fornece cerca de 30 aparelhos ortodônticos gratuitos por mês para os pacientes que necessitam.
O supervisor do Cerfis, cirurgião bucomaxilofacial Leonardo Andrade, afirma que a condição atinge 1 em cada 650 bebês nascidos. “Durante o desenvolvimento do feto, podem ocorrer erros de fusão, que deixam abertas fendas no lábio, no palato (céu da boca) ou em ambos”, explica. “É importante que o tratamento, de longa duração, seja realizado no tempo correto, para que a criança consiga se alimentar, falar e crescer com saúde e autoestima”, destaca.
Tratamento
O Cerfis tem mais de mil pacientes em tratamento. Um deles é Denzel Guimarães, de 2 anos, que nasceu com fissuras no lábio e no palato. Ele é atendido no Cerfis desde os 3 meses de vida. “Nós passamos por momentos muito difíceis, porque ele não conseguia mamar, fazer o movimento de sucção”, conta a mãe, Fernanda Oliveira.
“O Denzel já passou por duas cirurgias e os procedimentos foram fundamentais para o desenvolvimento do meu filho”, comemora. O tratamento é 100% gratuito e cada reabilitação é desenhada para o perfil do paciente. Além das cirurgias de fechamento do lábio e do palato, são necessários procedimentos complementares no nariz e gengivas, entre outros.