Saúde de Aparecida realiza evento de conscientização sobre o autismo

Neste mês do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida (SMS) promoveu, como em anos anteriores, uma mobilização para sensibilizar a sociedade sobre o tema. O evento temático “Autismo em Ação! Segunda Caminhada de Conscientização do Autismo – Abril Azul – Mais Informação, Menos Preconceito” foi realizado na manhã desta quinta-feira, 13 de abril, no Parque da Família, localizado na avenida Independência, em frente ao Aparecida Shopping.

A iniciativa também teve o objetivo de “fortalecer a integração entre profissionais, pacientes e familiares com foco na conscientização e no diálogo para derrubar preconceitos e valorizar a vida humana, suas facetas, particularidades e vivências. Cerca de 50 profissionais de todos os CAPS e de outros setores da Saúde Mental prestigiaram o evento”, salientou a coordenadora de Saúde Mental, Carolina Sartori.

Na mobilização, além da tradicional caminhada com cartazes e com os participantes bradando palavras de ordem contra o preconceito e por mais inclusão, também foram oferecidas atividades educativas, terapêuticas e recreativas. Teve auricoloterapia e barras de access na Tenda de Cuidados com Práticas Integrativas e Complementares, roda de capoeira com o Mestre Jagunço e confecção de Carteiras de Autistas na Tenda de Direitos, bem como distribuição de cartilhas, jogos, pinturas, atividades lúdicas e oficinas na Tenda de Interação e exposição e venda de produtos artesanais feitos por usuários e familiares na Tenda de Economia Solidária.

Informação que quebra barreiras

A diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil Alegria (CAPSi Alegria), Cristiane Branquinho, destacou que “quando trazemos mais informações, quebramos barreiras e deixamos menos espaço para os preconceitos. Há crianças e adolescentes excluídos da sociedade por falta de informação porque muitas pessoas não sabem identificar os sintomas, a singularidade e as alterações de comportamento que os autistas têm. Queremos dizer às famílias de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para que não desistam nunca, nós estamos aqui para apoiá-los e dar todo o suporte necessário. ”

Já a coordenadora do CAPSi Alegria, Eurides Santos Pinho, acrescentou que a mobilização é “um momento muito importante que temos para abordar esse transtorno que acomete todas as idades e com o qual a pessoa já nasce. Os autistas, em geral, enfrentam preconceitos até mesmo porque não têm sinais da condição. Assim, muitas vezes a comunidade não entende porque eles precisam de estacionamento específico e de local preferencial nas filas e as famílias também sofrem porque a pessoa tem prejuízo na interação social em ambientes muito ruidosos ou em meio a multidões. Nesse sentido, no CAPSi trabalhamos as questões terapêuticas para orientar os familiares e melhorar o convívio social de crianças e adolescentes autistas. ”

Como conseguir atendimento em Aparecida

Eurides explicou que o CAPSi faz o acolhimento inicial na rede da SMS para autistas crianças e adolescentes, sem necessidade de encaminhamento. A unidade é localizada na Rua 29, quadra 85 A, lote 13, na Vila Brasília. “As pessoas que querem buscar esse atendimento ou tirar dúvidas devem ligar no número 3545-7006 para receber orientações e saber quais documentos devem ser levados. Daí marcaremos uma avaliação e faremos o acolhimento para identificar as demandas, a proposta de tratamento e o acompanhamento familiar, que é imprescindível para o sucesso e a evolução positiva do caso”, frisou a coordenadora.

Superação, cuidados e respeito

Maria de Lourdes de Jesus Araújo, moradora do Jardim dos Ipês, contou que o filho dela, Cristian Henrick, de 14 anos, acompanhado pela equipe do CAPSi há cerca de dois anos, tem tido grandes avanços: “Viemos de São Paulo após muitas atribulações e traumas para ele. Aqui estamos melhores e o pessoal do CAPSi é muito atencioso e profissional. Estão sempre prontos para auxiliar quando precisamos. Minha vida é toda dedicada a meu filho, que não pode ficar sozinho, e no CAPSi consigo remédios e sou muito ajudada, sem esse tratamento ele não teria se desenvolvido tanto”.

Mãe da adolescente Ana Francine, de 12 anos, que é atendida no CAPSi há 7 anos, Kelly Rodrigues Araújo também elogiou o trabalho desenvolvido na unidade: “Ela tinha dificuldade de socialização desde muito pequena e eu já desconfiava de algo, mas o pai dela, na época, não aceitava isso e parei de investigar. Anos depois, ela foi encaminhada para o CAPSi com um relatório da escola. Após avaliação veio o diagnóstico e ela começou a fazer o tratamento toda semana. Ela não falava direito e no CAPSi começou a falar, a conversar e a explicar as coisas, além de socializar. Ela não tinha amigos e hoje tem muitos”.

Kelly se emociona ao destacar que no CAPSi “as pessoas abraçam a causa mesmo e te entendem. Eu mesma fiz terapia encaminhada por eles, estava numa fase difícil. Com a ajuda dos profissionais e com as explicações, que acho muito interessantes, tudo fica mais claro. Eu não sabia como lidar com as situações e lá aprendi. No CAPSi minha filha se desenvolveu bem rápido, principalmente na fala e na socialização. Eu queria que as pessoas parassem de pensar que o autismo é um problema. Não é. Para mim, minha filha é a solução de muita coisa na minha vida. Os autistas veem o mundo de forma diferente e merecem respeito. Se houver respeito, será melhor para todo mundo”.

Autismo no mundo e no Brasil

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2007. O órgão estima que mais de 70 milhões de pessoas vivam com o transtorno, cerca de 1% da população do planeta. Já no o Brasil, a OMS aponta que cerca de 2 milhões de pessoas são autistas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Homem é preso por incendiar viatura da PM em Goiânia

Na última quarta-feira, 20, um homem foi preso após provocar um incêndio em uma viatura da Polícia Militar (PM) em Goiânia. O incidente ocorreu na Vila Mutirão, uma região da cidade, mas foi divulgado apenas nesta quinta-feira, 21.

De acordo com as informações, o suspeito utilizou gasolina para atear fogo no veículo, deixado ao lado do carro o galão utilizado para transportar o líquido. Ele confessou o crime logo após ser detido pela polícia.

Em depoimento, testemunhas informaram ter visto o detido comprando combustível em um local próximo onde a viatura estava presa. Câmeras de segurança mostram quando o suspeito sai do local em uma bicicleta.

O suspeito foi encontrado horas depois em uma oficina mecânica no Jardim Colorado, também na capital.

Em nota, a PM informou que a situação foi controlada pelos policiais que estava próximo ao local. O detido, que possuía mandado de prisão em aberto pelo crime de roubo, foi preso em flagrante por dano qualificado.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos