O secretário da Secretaria de Mobilidade e Trânsito de Aparecida de Goiânia, Sérgio Carvalho, foi indiciado por homicídio culposo pela morte do ajudante de pedreiro, Wellington Oliveira, de 27 anos. Wellington morreu no dia 08 de março deste ano, no Jardim Anhembi, após ser esmagado por um ponto de ônibus de uma tonelada.
“No caso, foram feitas várias diligências como perícias de local, de engenharia, além de serem ouvidas várias testemunhas. Apontou-se que o responsável pela morte é o secretário de trânsito e mobilidade de Aparecida de Goiânia. Ele responderá por homicídio culposo”, afirmou o delegado Antônio André dos Santos.
Em nota, o secretário informou que não tem ciência sobre a conclusão do inquérito e que irá responder à autoridade policial no momento que for solicitado. O indiciamento foi realizado na quarta-feira, 19, mas só foi divulgado nesta segunda-feira, 24. Segundo o delegado, a Polícia Civil (PC) levou cerca de 40 dias para chegar a conclusão.
Acidente
Um vídeo gravado por câmeras de segurança flagrou o momento em que o ajudante de pedreiro é morto pela estrutura. Antes de ser esmagado, ele tentou segurar o ponto de ônibus. No vídeo, é possível ver que a estrutura de concreto começa a desabar no momento em que a vítima saiu do carro na companhia de um colega.
Assim que Wellington percebe que o ponto está caindo, ele tenta segurá-lo, mas não consegue e é derrubado. O homem que estava do seu lado conseguiu sair ileso. A ação levou menos de 10 segundos, conforme mostra o vídeo.
Relatório apontou riscos
Depois da morte de Wellington, a prefeitura começou a interditar estruturas que apresentavam riscos a população. Porém, meses antes do acidente, em 2022, a Defesa Civil de Aparecida de Goiânia enviou um relatório detalhando os problemas dos pontos de espera da cidade a 11 órgãos ligados ao transporte coletivo. O documento, inclusive, foi recebido e assinado pelo gabinete do prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota), em 31 de outubro de 2022.
No mesmo dia em que o relatório chegou à prefeitura, as secretarias de Desenvolvimento Urbano e de Trânsito também foram notificadas. O levantamento também foi repassado ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea), ao Ministério Público (MP), a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), além de outros órgãos.
O relatório levantou problemas como falta de iluminação, de cobertura adequada, poluição visual e capim nas estruturas. Diz que a maioria dos abrigos do município é de estrutura de concreto armado ou metálica e que os abrigos de concreto possuem peso elevado, que aliado a falta de manutenção, expõe os usuários ao perigo.
Segundo o documento, a manutenção dos abrigos não era realizada com frequência correta, principalmente nas regiões periféricas onde foram encontrados abrigos destruídos, com estrutura fragilizada, com colagens feitas há anos, além de ferrugem.