Justiça avalia obrigar Bolsonaro a pagar R$ 30 milhões por crimes contra crianças

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O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser condenado a pagar R$ 30 milhões como punição por ter cometido crimes contra direitos das crianças desde as eleições de outubro do ano passado. A ação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT)  foi protocolada a partir de duas denúncias embasadas em falas e em comportamentos considerados inadequados do político. 

 

Uma das reclamações é de que o atual presidente de honra do Partido Liberal (PL) é de uma fala de Bolsonaro durante entrevista a um podcast durante a campanha eleitoral de 2022. Ele afirmou que “pintou um clima” ao ver adolescentes venezuelanas em uma comunidade carente de Brasília que estariam se preparando para se prostituírem. À época, o caso se tornou argumento para o pedido de impeachment.

 

“A expressão ‘pintou um clima’, utilizada pelo Chefe de Estado, reforça o estigma da menina vulnerável disponível para serviços sexuais, o que deve ser rechaçado e extirpado do imaginário da sociedade brasileira, sobretudo de expressões empregadas por agentes e autoridades públicas”, destaca a promotora Lúcia Helena Barbosa que pede a condenação do político.

 

Além da multa, Bolsonaro teria de atender a uma série de restrições. Na lista estão deixar de constranger os menores a reproduzirem gestos violentos, não empregar conotação sexual em situação que envolvam crianças e adolescentes, não utilizar imagem desse público em material publicitário sem prévia autorização dos responsáveis. O descumprimento acarretaria multa de R$ 13 milhões por dia.

 

O caso ainda depende de avaliação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) para reconhecer que houve danos morais coletivos. O dinheiro da indenização seria direcionado para o Fundo da Infância e da Adolescência do Distrito Federal ou Fundo Nacional Equivalente, de acordo com a promotora.As denúncias têm autoria do coletivo MP Transforma e do deputado estadual Fábio Felix (PSOL-DF).

 

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Janones pede extinção do PL à PGR

No dia 14 de novembro, o deputado André Janones enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a extinção do Partido Liberal (PL), partido ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado. A solicitação se baseia na necessidade de proteção do regime democrático brasileiro, que, segundo Janones, tem sido alvo de sucessivos ataques.
 
Janones argumenta que as práticas do PL representam uma ameaça direta à ordem democrática e à paz social. O deputado enfatiza que essas ações comprometem a estabilidade do país e justificam a medida extrema de extinção do partido.
 
A petição destaca a importância de preservar a democracia e a paz social, elementos essenciais para a governabilidade e o bem-estar da população. Janones reitera que o pedido é fundamentado na proteção dos princípios democráticos, que estão sendo constantemente ameaçados.
 
A decisão final caberá à PGR, que deverá avaliar a solicitação e decidir se irá encaminhar o pedido ao Ministério Público. A extinção de um partido político é um processo complexo e raro, exigindo provas robustas de que o partido está comprometendo a ordem constitucional.

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