Prefeitura de Goiânia autua empresa por vazamento de amônia em fábrica

Fiscalização ambiental autua em R$ 260 mil empresa por vazamento de amônia em fábrica próxima à instituição de ensino: empresa é responsável pela segurança das operações

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Fiscalização Ambiental da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), autuou, na tarde desta sexta-feira,28, em R$ 260 mil, a Itambé Alimentos, localizada no Jardim Novo Mundo, por vazamento de amônia em fábrica próxima à Escola Municipal João Crisóstomo Rosa. O acidente foi provocado por caminhão que tombou nas dependências da empresa e provocou o vazamento do material por alguns minutos.

“O caso é acompanhado pelo monitoramento ambiental da Amma, que já constatou que o vazamento foi contido, sem provocar grandes danos ao meio ambiente da capital”, explica o presidente da Amma, Luan Alves.

No momento do acidente, que aconteceu no final da manhã, estudantes e funcionários da escola que fica próxima à empresa relataram mal-estar, causado pela inalação do material químico. A Defesa Civil da Guarda Civil Metropolitana (GCM) prontamente se deslocou ao local e, como medida de prevenção, recomendou a paralisação das atividades na unidade, que funciona em tempo integral. Representantes da Secretaria Municipal de Educação (SME) também estiveram presentes no local para prestar auxílio.

O diretor de Fiscalização da Amma, Renato Medeiros, explica que, no final da tarde, o cheiro estava quase nulo. “Agora a empresa será responsabilizada pelo acidente, uma vez que ela deve garantir a segurança ambiental nas suas operações”, explica Renato.

Conforme o Decreto Federal Nº 6.514, de 22 de julho de 2008, em seu artigo 62, o acidente é infração ao meio ambiente por “causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas ou que provoque, de forma recorrente, significativo desconforto respiratório ou olfativo devidamente atestado pelo agente autuante”, diz a legislação.

“Esse tipo de infração pode resultar em autuações de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, conforme a gravidade”, explica a secretária executiva da Amma, Rebecca Chaves.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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