As chuvas no mês de abril foram atípicas para grande parte das capitais brasileiras. Em Goiânia, por exemplo, foram registrados 164,4 mm. O volume de água foi 20% maior do que a média para o período, de 137,7 mm, colocando a capital goiana na 10ª colocação do ranking de capitais que mais registraram aumento. Goiânia, inclusive, superou cidades como Manaus (AM) e Salvador (BA).
Das 27 capitais brasileiras, 14 terminaram abril com mais chuva do que o normal e 13 com menos chuva do que a média histórica. O aumento está ligado à imunidade e o calor fora do normal, segundo o Clima Tempo.
A disponibilidade de umidade e de calor associada aos dias com influência de circulação ciclônica de ventos em vários níveis de altitude da atmosfera, a presença ativa da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a passagem de frente frias, que não só atingiram Goiás, como todos as regiões do país.
Balanço de precipitação
Para o balanço do volume de precipitação de abril, a Climatempo considerou o maior acumulado entre medições automáticas e manuais de capitais que possuem as duas formas de estações meteorológicas.
Em algumas capitais foi considerada apenas a medição automática, pois não há leitura manual dos instrumentos, ou deixou de existir.
Médias históricas
Foram consideradas as médias históricas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o período de 1991 a 2020, exceto para as capitais Campo Grande e Rio De Janeiro.
Para Campo Grande, foi considerada média histórica para o período de 1981 a 2010. Para o Rio de Janeiro foi usada a média de precipitação do Sistema Alerta Rio, da prefeitura do Rio de Janeiro, calculada para o período de 1997 a 2021.
Balanço
Além de Goiânia, cidades como Boa Vista, capital de Roraima, acumularam o dobro da média de chuva para abril e tiveram a maior porcentagem positiva. Abril marca o início do período chuvoso em Roraima e em geral não é um mês de chuva volumosa. Foram acumulados 265,4 mm em abril de 2023 e a média para o mês é de 146,5 mm.
Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, destacou-se em abril de 2023 pela falta de chuva, reflexo ainda do fenômeno La Niña, que dificulta a ocorrência de chuva neste estado brasileiro. Com apenas 35,4 mm acumulados (medição automática), a capital gaúcha teve a maior deficiência em relação à média entre as capitais brasileiras. Choveu 70% abaixo da média que é de aproximadamente 114 mm.
Porto Alegre teve o terceiro abril mais seco desde 2014. Segundo dados do Inmet, em 2022 choveu 108,4 mm em abril, em 2021, 26,4 mm e em 2020, 267,9 mm.
Volume de precipitação
A capital brasileira que acumulou o maior volume de precipitação em abril de 2023 foi em Macapá, capital do Amapá, onde choveu 383,8 mm, pela medição automática do Inmet. O número foi mais do dobro registrado em Goiânia, de 164,4 mm.
As capitais Macapá, Teresina, São Luís, João Pessoa e Belém terminaram abril de 2023 com mais de 300 mm acumulados. Por si só, esta quantidade de chuva é muito grande em um único mês. Mesmo São Luís e Belém tiveram menos chuva do que a média para abril, pois as médias para abril superam os 400 mm.
A capital que recebeu menos chuva em abril de 2023 foi Porto Alegre. Na medição automática feita pelo Inmet, a capital do Rio Grande do Sul acumulou apenas 35,4 mm nos 30 dias de abril.