A venda de veículos usados cresceu em Goiás acima da média nacional. A procura por carros de segunda mão subiu 40,2% no estado contra 21,5% no Brasil entre janeiro e março deste ano. Por outro lado, a demanda pelos zero quilômetro teve alta de apenas 1,6%. O atual cenário econômico estimulou os consumidores a terem cautela com os negócios devido principalmente ao custo do financiamento.
Para empresários do setor, o crescimento foi um reflexo da dificuldade no acesso aos carros novos. Um dado significativo é que a venda de usados aos goianos se concentrou (60%) naqueles acima de 13 anos de uso. A previsão otimista é de alcançar os números positivos de 2021, quando foram comercializados 15 milhões de unidades da frota dos mais velhinhos.
“Normalmente, todo começo de ano começa mais fraco para o comércio em geral, por conta dos vários compromissos, como impostos e despesas escolares. Mas, neste ano, percebemos uma atenuação disso, pois os preços dos seminovos e usados estão mais atrativos para o cliente”, destacou o presidente da Fenauto, Enilson Sales, em entrevista ao O Popular.
Os antigos carros chamados de populares já não são tão democráticos. As opções mais baratas de zero quilômetro no mercado estão próximas a R$ 80 mil, o que afugenta grande parte dos consumidores. A pandemia, alta do dólar, adoção de mais itens de segurança determinados por lei e a inclusão de tecnologia nos veículos ajudam a explicar a alta geral na média de preço.
Um levantamento recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que a venda de carros usados foi cinco vezes maior que a de novos no País em 2022. “Foi uma inflação muito atípica nesses últimos dois anos por conta tanto de custos do carro zero, quanto pelo lado de demanda e a partir de 2021, com esse problema todo, isso saltou a níveis estratosféricos”, destaca o economista da instituição, Matheus Peçanha.