Deputado ofende ministro da Justiça com discurso gordofóbico e faz ameaça

discurso

Um deputado federal da bancada conservadora criticou o corpo e ameaçou o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino. O discurso de Coronel Chrisostomo, do Partido Liberal (PL), foi uma reação à defesa do integrante do governo federal a favor da “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” , conhecida como PL das Fake News em tramitação na Câmara.

 

 “Ele declarou que o STF e o governo vão regular a internet na marra. (…) Se vier na marra, vai levar porrada do povo brasileiro. Vem pra cima, vem. Se você [Flávio Dino] gosta de comunista, como já declarou, vaza do Brasil, seu sobrepeso, seu irresponsável”, disse Chrisostomo em discurso na tribuna da Casa na tarde desta terça-feira, 09.

 

Desde a posse no cargo, Dino recebe ofensas pelo peso e se tornou alvo de diversos memes associando a aparência física a personagens da televisão. O texto da PL pode regular a internet e vem provocando polêmica porque é considerado uma forma de reprimir a liberdade de expressão no País. As grandes plataformas virtuais são contra o projeto. Na semana passada, o Google publicou uma mensagem na página principal da interface aos usuários afirmando que o PL poderia piorar a internet.

 

A campanha teve adesão do Telegram, que enviou mensagem aos usuários pontuando que a proposta é censura e convoca as pessoas a enviarem mensagens aos deputados federais para pressioná-los a voltarem contra a lei em discussão. O mensageiro pode  ser punido por meio da Secretaria Nacional do Consumidor com a obrigatoriedade de publicar uma retificação e pagar multa. 

 

O presidente Lula e Flávio Dino, por outro lado, alegam que a regulação seria estratégica para minimizar novos ataques a escolas, como os ocorridos em março deste ano. Na internet, a disseminação de discursos de ódio em grupos é considerada uma das motivações para diversos crimes. A pandemia registrou o ápice de fake news contra a vacinação de covid no País, por exemplo. 

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de ter promovido e incentivado essa prática durante a gestão, que teria se estendido durante todo o período eleitoral de 2022. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, argumenta que a disseminação de notícias falsas é comandada por milícias digitais.

 

Assista ao vídeo:

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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