Uma erosão enorme toma conta de boa parte da Avenida Inês Pereira no Jardim São José, aqui na capital. A construtora responsável pelo loteamento havia começado as obras para colocar galerias pluviais, mas como a obra não foi finalizada, o buraco foi ficando cada vez maior. Na sexta-feira, 2, a convite do Diário do Estado, o titular da Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema), delegado Luziano Carvalho, esteve no local com peritos da Polícia Técnico-Científica.
Luziano explicou que existem falhas técnicas no trecho e que o solo está sendo carregado para o manancial, porém, ainda não é possível dizer se isso ocorreu por causa dessas falhas ou pelo alto volume de chuva na região. “Na margem da manancial estão construindo casas, o que não poderia ocorrer, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente (APP). Tem alguém cometendo crime. Estão edificando casas onde não poderia ocorrer isso. Comete crime quem constrói e quem permite”, explica.
Quanto a erosão gigante que toma conta da Avneida Inês Periera, o delegado disse que vai tratar do assunto como ‘grave dano ambiental, mas também como crime ambiental. “Deixaram de adotar as providências necessárias aqui. Deixaram alterar o aspecto de um ambiente protegido por lei. São dois crimes graves”, explica. Para apurar as responsabilidades, a Dema instaurou na sexta-feira um inquérito e vai pesquisar junto à Prefeitura de Goiânia quem são os responsáveis pelos loteamentos naquela região. “Vamos tentar solucionar o caso o mais rápido possível”.
Em entrevista a TV Anhanguera, a diretora da Secretaria de Planejamento, Virginia Inácio Matias disse que o loteamento foi aprovado em 2.014 e que o empreendedor deveria ter feito toda a infra-estrutura, inclusive a galeria de água pluvial e que junto a administração pública, conforme disse, o loteamento ainda não foi entregue.
Ao ser alertada da gravidade da situação no bairro, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) mandou técnicos ao local e fez apenas um bloqueio com manilhas de cimento na via. Segundo moradores, carros já caíram na erosão e ainda há pessoas que passam por lá mesmo com o bloqueio que foi feito.
Além desse problema, os habitantes do loteamento sofrem com a falta de saneamento básico e energia elétrica. A dona de casa, Ailda Costa reside no loteamento há um ano e contou ao Diário do Estado que a situação nunca mudou. Ela disse ainda que a água que utiliza é puxada de uma cisterna que o marido furou no quintal.
Fátima da Silva é outra moradora do local. A água que ela utiliza é cedida pela vizinha Ailda. Não há luz na rua nem dentro das casas. “No contrato com a construtora estava escrito que depois de um ano teria luz, eu já moro aqui tem dois anos”, diz Fátima. Ela também relata sobre a erosão que causa problemas. “Já tentaram arrumar, mas elem vem e param. Vem a enxurrada de cima e acaba com tudo. Ainda vem a chuva e piora ainda mais”. (Com colaboração de Lucas Mendonça)
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