Um levantamento nacional apontou que Goiás ocupa a oitava colocação nacional em um ranking de desaparecidos em 2022. Ao todo, 2.417 pessoas sumiram no estado. A estatística é assustadora, mas ficou 20% menor em relação a 2019. No País, a média é de 183 ocorrências desse tipo, de acordo com informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os números revelam detalhes sobre o afastamento repentino de uma pessoa da sua rotina sem aviso prévio a pessoas próximas. A maioria dos casos em Goiás é de meninos adolescentes entre 12 e 17 anos e negros. Os reencontros ocorreram em apenas 19,9% dos casos, o que corresponde a 481 ocorrências solucionadas.
“O Estado tem o dever de procurá-la e os familiares têm direito à verdade e, se for o caso, ao luto, inclusive nas ocorrências de desaparecimentos voluntários. Como o desaparecimento em si não constitui crime, em geral seu registro não dá início a um inquérito para a investigação. Porém, pode estar associado a muitos fenômenos: o adolescente que foge de casa em função de maus tratos, a pessoa portadora de transtornos mentais que fica perdida, a exploração sexual, o trabalho escravo ou o desaparecimento forçado”, esclarece o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima.
Para comunicar o desaparecimento de alguém não é preciso esperar 24 horas. A orientação é procurar a delegacia de Polícia mais próxima e registrar um boletim de ocorrência assim que a ausência incomum for percebida. Por exemplo, se a pessoa costuma chegar em um determinado horário e não apareceu e nem avisou sobre atraso, o boletim de ocorrência pode ser registrado.
Assim como é importante o registro do desaparecimento, é fundamental que os casos de encontro de pessoas sejam reportados à Polícia. Esse fluxo de informações serve para fins de análise dos casos e formulação de uma política pública de prevenção ao desaparecimento de pessoas.