SMS gastou quase R$ 14 milhões para manutenção de frota sucateada

A Secretaria de Saúde de Goiânia gastou R$ 136 mil com manutenção de duas ambulâncias sucateadas. Os veículos abandonados no pátio do Centro de Zoonoses foram identificados pelos vereadores da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na pasta. Documentação da própria SMS registra que o valor foi gasto em um ano e meio. “Como veículos que supostamente passaram por manutenção tão detalhada, com vários registros na oficina, estão abandonados por falta de condições de uso?”, questiona o relator da CEI, vereador Elias Vaz (PSB).

Em apenas um dos veículos foram gastos R$ 64.468, somente em 2016, com manutençao e supostas trocas de peças. De acordo com a investigação dos vereadores, o último reparo foi registrado em setembro de 2016, e estão parados desde então. “A prefeitura gasta um valor desse em manutenção e o mesmo o carro já é retirado de circulação e numa situação absurda, sem o motor. Nós pesquisamos, e o preço de uma ambulância semelhante no mercado é R$ 25mil”, afirma Elias.

A outra ambulância encontrada pela CEI, custou ao município R$ 57.287,32 de manutenção em um ano e meio. “É dinheiro que poderia ser usado para comprar remédios, pagar exames e está indo para o ralo da corrupção”, destaca.

Convocações

A Comissão Especial de Inquérito que investiga irregularidades na Saúde aprovou a convocação da gerente de transporte da SMS, Maxilânia Clemente Costa, que está no cargo desde 2.014; do ex-supervisor de transportes da secretaria, Wilson Rodrigues; e de um dos donos da Útil Pneus Peças e Serviços Ltda, a oficina que supostamente fez a manutenção dos veículos da secretaria.

A decisão foi tomada depois de denúncia apresentada nesta terça-feira, 6, pelo vereador Elias Vaz, de superfaturamento na manutenção da frota da Secretaria Municipal de Saúde. Entre 2012 e 2016, a prefeitura pagou R$ 13.745.469,05 à Útil Pneus, Peças e Serviços Ltda, com sede no Setor dos Funcionários, em Goiânia. A média é de R$ 37.250 por veículo.A frota tem 369 veículos, entre carros populares (que representam 57,45% do total), e utilitários, como caminhonetes e vans, algumas usadas como ambulâncias.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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