Matheus Ribeiro afirma ter se sentido diminuído pelo título de “gay do JN”

Com o bordão “Tchau, obrigado!”, Matheus Ribeiro fez história no telejornalismo goiano. Ultrapassando o estado, ele assumiu a bancada do Jornal Nacional durante um rodízio em novembro de 2019. Apesar de ser o mais jovem a participar do revezamento, a manchete que tomou conta dos jornais foi que Matheus foi o primeiro homossexual a comandar o maior telejornal brasileiro.

Em entrevista ao Terra, o jornalista admitiu que na época se irritou com o título. “Eu me irritava com essa coisa de ser chamado de ‘gay do JN’, me sentia diminuído. Eu pensava: ‘Poxa, eu não sou só gay, sou mais que isso’. Entre os 27 jornalistas do rodízio, por exemplo, eu era o mais jovem e só o fato de eu ser gay era citado”, desabafou.

Quando teve o nome incluído no revezamento da bancada do JN, ele já era “assumido” para a família e amigos, mas não era algo que trazia para o público por se tratar de sua vida pessoal. Após a divulgação da lista, Matheus Ribeiro teve a vida explorada, o que ele afirmou ter sido desagradável. “Na época, eu namorava um rapaz e um perfil de fofoca fez uma chamada absurda dizendo que eu vivia um romance secreto com um policial. De fato, ele era da corporação, mas não era um segredo”.

Após as inúmeras manchetes rotulando Ribeiro como o “primeiro homossexual a ocupar uma cadeira no JN”, ele diz que recebeu diversas mensagens de apoio, mas também muitos ataques. “Quando vi as pessoas tentando me ofender por isso [sexualidade] na internet, eu toquei o fod*-**. Se você se depara com uma situação como essa e se acovarda, você permite que continuem pisando em gente como nós”, disse.

Nova vida

Pela alta jornada de trabalho não ser proporcional ao salário, Matheus se demitiu da Globo poucos meses após sentar na cadeira do JN. Posteriormente, ele fechou contrato com a Record TV, mas ao chegar ao topo da profissão, decidiu ingressar na carreira política.

Segundo ele, o jornalismo televisivo perdeu a graça depois que apresentou o Jornal Nacional. “É a mesma coisa de dirigir uma Ferrari e depois voltar para seu carro popular, fica menos empolgante. Como na televisão eu já estava realizado, decidi ousar e me candidatar. Estudei na Renova e consegui 47 mil votos na minha primeira eleição. Não fui eleito, mas estou como suplente. Caso ocorra algo estou pronto para o dever, sem deixar de lado meus compromissos com a comunidade LGBTQIA+ e as minorias”, disse.

Atualmente, além de suplente, o jornalista segue com dois projetos, sendo uma coluna no último Segundo do site IG e a fundação de uma nova emissora que tem a proposta de jornalismo independente. “A gente quer falar com a sociedade de uma forma diferenciada, é uma proposta de jornalismo independente e o foco é ser um espaço de democracia, levar a notícia para que as pessoas possam ter olhares diferentes sobre um mesmo fato”, explica.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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