Rogério Cruz minimiza críticas do presidente da Câmara; relação entre ambos segue tensa

Em nova entrevista nesta segunda-feira, 05, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), minimizou críticas públicas do presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), que havia dito que o gestor tem “dificuldade em tomar decisões”. Disse ainda que Cruz “empurra para os secretários decisões que seriam dele, prefeito”.

“Ele, como presidente, pode agir da maneira dele. Existem várias formas de administrar. Eu vim da iniciativa privada. E consegui trazer para o poder público essa maneira de administrar, que é um pouco diferente. Acho que ela é feita de maneira compartilhada, pois ninguém consegue fazer nada sozinho”, rebateu Cruz no Jackson Abrão Entrevista.

“Existem decisões que precisam passar por mim, como gestor da cidade. Mas em relação a projetos e programas, temos que sentar-nos à mesa juntos; e podemos decidir juntos”, acrescentou o prefeito.

Cruz e Policarpo estão em rota de colisão há meses, o que já provocou, inclusive, o atraso, por parte da Prefeitura de Goiânia, no envio de matérias para o Legislativo, já que a base de apoio ao prefeito não estava consolidada na Câmara.

Nas últimas semanas, Romário Policarpo havia sinalizado uma espécie de trégua. Mas a relação entre ambos voltou a tensionar-se com a possibilidade do secretário municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh), Valfran Ribeiro, ser exonerado do cargo – sua indicação ao posto foi apadrinhada pelo presidente do Legislativo goianiense.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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