Um vídeo em circulação na internet levou a uma investigação para apurar excessos de policiais militares filmados carregando um homem negro amarrado pelas mãos e pés. O rapaz de 32 anos é suspeito de furtar alimentos e bebidas alcóolicas em um supermercado de São Paulo. Os itens somam aproximadamente R$500.
A reação à cena tem sido principalmente de defensores dos Direitos Humanos. O padre Júlio Lancelotti, conhecido pela atuação junto a minorias, questionou publicamente se a escravidão foi abolida e afirmou que “é assim que a Polícia Militar trata pobres e negros”. Eles compararam o episódio à escravidão. As imagens mostram o suspeito sendo carregado por dois policiais militares da capital paulista e jogado em cima de uma maca antes de ser encaminhado à uma viatura. Ele grita sons de dor ao longo do trajeto.
A cena foi em uma Unidade de Pronto-Atendimento, para onde o rapaz foi levado ao local por ter se ferido e diagnosticado com anemia. Um comparsa menor de idade teria fugido. Os agentes teriam justificado o procedimento como necessário porque o homem teria resistido à prisão e ameaçou os servidores. “Pegaria a arma dos policiais e daria vários tiros”, alegou um dos policiais.
O caso ocorreu no último domingo, 04, e está sendo apurado. A PM estadual informou por meio de nota que lamenta o episódio e reafirma que a conduta assistida não é compatível com o treinamento e valores da instituição. “Não há quaisquer indícios que corroborem com uso tão desproporcional de força e ausência de cuidados humanizados dos policiais para com os envolvidos”, divulgaram.
Um inquérito imputou ao suspeito os crimes de furto qualificado, resistência à prisão, ameaça e corrupção de menores. De acordo com uma súmula do Supremo Tribunal Federal (STF), os uso de algema é permitido somente e três casos: quando há fundado receio de fuga, resistência à prisão ou risco à integridade física do próprio acusado ou de terceiros .
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