Adaptações em comidas juninas driblam restrições alimentares até em hospitais

Paciente do Hospital Estadual da Mulher (Hemu) com delícias de São João (Fotos: Divulgação)

Pamonha, canjica, paçoca… não há quem resista à delícias das festas juninas. As comidas típicas da época de São João são de dar água na boca para qualquer paladar. Para não deixar ninguém de fora, diversas unidades de saúde têm o cuidado de adaptar o cardápio nesta época do ano, assim como profissionais empreendedores do setor de alimentação que buscam oferecer opções flexíveis. É uma forma de garantir que pessoas com restrições na dieta ou mesmo alergias alimentares não fiquem fora deste clima de festa.

O primeiro exemplo parte de um dos principais hospitais de urgência e emergência de Goiás. O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), por meio da Unidade de Produção de Refeição, tem o cuidado de preparar uma alimentação saudável e diversificada antenada com a comemoração para os pacientes, acompanhantes e colaboradores.

“Seguimos à risca a dieta dos pacientes, mas também tentamos adequar alimentos referentes à época, a fim de trazer esse toque de humanização hospitalar aproveitando as datas comemorativas e adaptando o cardápio” afirma a gerente da alimentação do Hugo, Vanessa da Mata. “A exemplo teremos paçoca, arroz doce, mané pelado, canjica, milho cozido, quiabo e guariroba na composição das refeições deste mês”, acrescenta.

Os itens listados pela gerente serão colocados no cardápio ao decorrer do mês. Em média, 2,7 mil refeições são servidas por dia para pacientes e acompanhantes, que poderão se deliciar com as guloseimas juninas. Medida semelhante será adorada Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (HEAPA). No dia 23, vai ter cardápio especial para funcionários, com curau, frango caipira e chica doida adaptada.

Em comemoração ao dia de São João, o setor de Nutrição do Hospital Estadual da Mulher (Hemu) também prepara um cardápio especial em 24 de junho para colaboradores e pacientes, de acordo com a dieta. Para ambientar ainda mais a unidade, geralmente alguns funcionários se caracterizaram de trajes juninos para alegrar o dia. A unidade ainda decora o refeitório e coloca músicas temáticas.

“Nas datas comemorativas sempre desenvolvemos ações que visam melhorar o bem-estar dos pacientes e colaboradores, proporcionando maior humanização ao ambiente hospitalar. O cardápio é adaptado à dieta de cada paciente, para que eles tenham uma experiência agradável e acolhedora”, destaca a nutricionista Fernanda Garcia.

Kit lanche do Hemu com o sabor e a alegria das festas juninas. (Foto: Divulgação/Hemu)

O almoço para os pacientes, que cerca de 80, terá alguns pratos típicos como arroz de carreteiro e milho cozido e os pratos normais como arroz, feijão, salada e gelatina de sobremesa. O lanche terá mané pelado, suco e pipoca. Tudo caprichado, nos mínimos detalhes como o chapeuzinho na tampa da gelatina, as bandeirolas na embalagem do kit lanche.

Já para os colaboradores o menu terá arroz de carreteiro, milho cozido, frango ao molho caipira, polenta, vinagrete, salada tropical, mané pelado, pé de moleque, pipoca, canjica, sucos, entre outros. As copeiras entrarão no clima com avental temático.

Começo

O ano era 2021 quando Ludimila Cândida Silveira se deparou, após a maternidade, com a alergia a ovos desenvolvida pelo filho. Foi o motivo para trocar a enfermagem por uma nova fase em sua vida. “Eu comecei a cozinhar mais dentro de casa e as pessoas que experimentam me incentivaram a vender”. Assim, começou, do zero, sua empresa chamada Vaca – Comida Vegana, com Selo Sociedade Brasileira Vegetariana. “Já era vegetariana e o veganismo veio naturalmente no processo”, relata.

Ludimila Candida Silveira, proprietária do Vaca Vegana: demanda sobe 70% nas festas juninas

Com esse histórico, naturalmente o público alvo da empresária é o de veganos e pessoas com restrições alimentares como lactose, ovos, mel, trigo, carnes e derivados. Sensível às particularidades deste período festivo, o qual ela caracteriza como “bastante afetiva” para a maioria das pessoas, a doceira incorpora comidas típicas ao menu. “Quem opta pelo veganismo ou com uma restrição por saúde busca o Vaca. A demanda cresce 70% em média”, afirma.

Os clientes podem comprar, entre outras coisas, bolos caseirinhos de milho, fubá, paçoca, brigadeiro com paçoca, canjicas veganas e muito mais. “Tenho a preocupação de ter a cozinha mais segura possível de traços, o que é mais difícil controlar, e atender as expectativas das pessoas, já que essas lembranças estão dentro do passado de todos”, assegura.

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Bilhete de ônibus na capital paulista sobe para R$ 5 em janeiro

A prefeitura de São Paulo fechou em R$ 5,00 a tarifa básica dos ônibus da capital. O valor, que teve 13,6% de reajuste, passará a ser cobrado no dia 6 de janeiro.

O preço atualizado do bilhete seguirá para a Câmara Municipal dos Vereadores, conforme estabelece a legislação. Em nota, a prefeitura lembrou que todas as gratuidades existentes continuam mantidas, assim como a integração do passageiro em até quatro ônibus dentro de um período de três horas.

A gestão municipal já havia antecipado nesta quinta-feira, 26, mais cedo, que o preço da passagem deveria ficar entre R$ 5,00 e R$ 5,20. A definição ocorreu após reunião de representantes da prefeitura e da São Paulo Transporte (SPTrans).

Em conferência pública que reuniu membros do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), transmitida pela internet, durante a manhã, a superintendente de Receita e Remuneração da SPTrans, Andréa Compri, afirmou que o aumento se justifica porque os valores praticados atualmente equivalem aos de 2019. Destacou ainda, em sua apresentação, junto a outros registros do sistema de transporte, que o custo para mantê-lo este ano foi de aproximadamente R$ 1 bilhão.

Entre os argumentos usados pela SPTrans para convencer sobre a necessidade do reajuste, está a parcela de usuários beneficiados pela gratuidade. De 2019 a 2024, os pagantes equivalem sempre a, pelo menos, metade dos passageiros. Este ano, foram 50%, enquanto os passageiros que têm gratuidade formavam uma parcela de 28% e os de transferências ônibus-ônibus, sem acréscimo tarifário, respondiam por 22%.

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