Profissão de manicure muda realidade de vida de mulheres em Goiânia

A área de beleza e estética vem ganhando espaço na agenda das mulheres e se tornado fonte de renda para muitas delas. Não é possível mensurar a quantidade de manicures ativas no Brasil, mas estima-se que 30 mil pessoas atuem como manicure no Brasil. Empregada ou autônoma, uma coisa é fato: a atividade abre portas para elas sustentarem suas famílias. É o caso de Euziane Soares da Silva, de 29 anos.

Natural do Pará e atualmente residente de Goiânia, Euziane é uma jovem que tem sua renda baseada na manicure. Segundo ela, com apenas 12 anos disse para a mãe que queria trabalhar para ter seu próprio dinheiro e comprar os itens que desejava. A mãe, por sua vez, não negou. “Entusiasmada com a ideia, minha mãe comprou uma maletinha com todos os apetrechos para que eu trabalhasse como manicure”, disse.

Sem experiência na área e extremamente jovem, a paraense decidiu que iria encarar o desafio e, para iniciar a carreira, começou a fazer as unhas de vizinhas. Após algum tempo de experiência adquirida, a dona de um salão de beleza a convidou para ser manicure no local, mediante acordo de arrumar o cabelo semanalmente de graça. No estabelecimento, Euziane prestou serviços por aproximadamente um ano e meio, mas deixou a atividade por trauma de usar o alicate.

Diante das condições, a jovem decidiu se dedicar a outras funções e, em 2014, se mudou para a grande Goiânia, conseguindo seu primeiro emprego com carteira assinada como atendente em uma padaria. Apesar da experiência como manicure, os registros profissionais constavam apenas o trabalho de atendente, portanto só encontrava oportunidades na mesma área. “Eu tinha o desejo de encontrar um trabalho em que pudesse não só ganhar melhor, mas ter mais qualidade de vida. Sonhava em atuar em uma área que me desse a oportunidade de crescer”, afirma Euziane.

Mudanças

Em 2019, a vida da paraense mudou radicalmente. Na época, a jovem precisou deixar o emprego na padaria e retornou ao Pará para ajudar nos cuidados com seu pai. Nesse momento, Euziane resolveu dar mais uma chance à profissão de manicure. Foi quando encontrou um método que não é necessário o uso de alicate. “Pesquisei uma série de cursos e até cheguei a me inscrever no Senai. Porém, antes das aulas começarem, conheci a Bela Russa, um estúdio novo especializado no método russo original de cuidados com as unhas, que não usa alicates e estava em busca de pessoas sem nenhuma experiência para capacitação total. Não tive dúvidas de que aquela seria a minha oportunidade”, relembra.

Ela retornou a Goiânia e passou pelo processo de seleção entre 85 candidatas, sendo uma das quatro selecionadas para atuar no novo estúdio. A mulher fez todo curso de especialização no método russo original de cuidados com as unhas, com a russa Olga Radionova. Em sua nova realidade, Euziane já tem sua base clientes consolidada, com cerca de 4 clientes por dia, atendendo 5 dias por semana. Os atendimentos duram aproximadamente duas horas e ela tira um intervalo de 30 minutos entre uma cliente e outra.

Atualmente, a jovem conta que sua renda mensal é de R$ 5 mil ou R$ 6 mil. “Sempre acreditei que esses valores eram possíveis para alguém com curso superior. Também nunca havia sequer sonhado em trabalhar como manicure sem estar sentada em uma cirandinha ou longe de um alicate. Hoje, não só não passo perto de instrumentos cortantes, como trabalho confortavelmente sentada, em boas condições de ergonomia, totalmente paramentada com EPIs, que permitem não só a minha proteção como da minha cliente também”, conta.

As profissionais têm uma data exclusiva para celebração.  Anualmente, o Dia da Manicure é comemorado no dia 14 de junho. Apesar de o reconhecimento da ocupação ter ocorrido no dia 18 de janeiro de 2012, a comemoração de mantém em junho devido a tradição.  Conforme dados da plataforma Mapa de Empresas, do Ministério de Economia, Brasil já soma mais de 790 mil salões de beleza ativos e grande parte das manicures atuam nesses empreendimentos.

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MP do TCU pede suspensão de salários de Bolsonaro e outros militares

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu na última sexta-feira, 22, a suspensão do pagamento dos salários de 25 militares ativos e da reserva do Exército que foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado.
 
Entre os militares citados, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, um capitão reformado que recebe um salário bruto de R$ 12,3 mil, o general da reserva Augusto Heleno, com um salário de R$ 36,5 mil brutos, o tenente-coronel Mauro Cid, que ganha R$ 27 mil, e o general da reserva Braga Netto, com um salário de R$ 35,2 mil.
 
Lucas Furtado argumentou que o custo dos salários desses militares é de R$ 8,8 milhões por ano. “A se permitir essa situação – a continuidade do pagamento da remuneração a esses indivíduos – o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado para instaurar uma ditadura”, afirmou o subprocurador.
 
Além da suspensão dos salários, Furtado também pediu o bloqueio de bens no montante de R$ 56 milhões de todos os 37 indiciados pela PF. Essa medida visa cobrir os prejuízos causados pelos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, que totalizam R$ 56 milhões, conforme estimado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
 
“Por haver esse evidente desdobramento causal entre a trama golpista engendrada pelos 37 indiciados e os prejuízos aos cofres públicos decorrentes dos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, considero que a medida cautelar também deve abranger a indisponibilidade de bens”, completou Furtado.
 
O pedido inclui ainda a extensão da medida de suspensão de qualquer pagamento remuneratório aos outros indiciados que recebam verba dos cofres públicos federais, incluindo do Fundo Partidário. O processo para avaliar a suspensão dos salários ainda não foi aberto pelo TCU.

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