Ex-zagueira sueca revela ter sido obrigado a mostrar genitálias para provar ser mulher

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A ex-zagueira da seleção da Suécia, Nilla Fischer, revelou através de uma biografia ter passado por momentos humilhantes durante a Copa do Mundo Feminina em 2011. De acordo com a atleta, ela e outras jogadoras foram obrigadas a mostrar as genitálias para comprovarem que eram mulheres. A ordem teria vindo da Fifa após a polêmica envolvendo homens na Guiné Equatorial naquele mesmo ano. 

A biografia, intitulada ‘Jag sa inte ens hälften‘ (‘Eu não disse a metade’, em tradução livre), foi lançada na última semana. Nilla relata diversos casos de constrangimento durante o Mundial na Alemanha. Para a ex-jogadora, a experiência de mostrar a genitálias foi muito “desagradável” e “humilhante”.

“Quando soube da exigência chocante, fiquei furiosa. Em meio a uma Copa do Mundo, a Fifa quer que mostremos nossas genitálias […] Eles pediram para não rasparmos ‘lá embaixo’ nos próximos dias e que mostraríamos nossa genitália ao médico. Porque somos forçados a fazer isso agora? Deve haver outras maneiras de provar o gênero? Devemos recusar? Mas, ao mesmo tempo, ninguém queria arriscar a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo”, acrescentou Fischer.

O médico da seleção sueca que atendeu as jogadoras na época, Mats Börjesson, confirmou a realização dos exames. No entanto, afirmou que não possuía nenhum tipo de intenção maliciosa e ressaltou que a consulta foi realizada por um fisioterapeuta, enquanto ele estava de costa.

Ao jornal “Aftonbladet”, Börjesson contou que a Fifa não fez as mulheres passarem por tal constrangimento por má fé. “O esporte tem procurado fazer justiça às meninas, para que não seja necessário você se deparar com algo que é uma vantagem absurda”, afirmou.

A Copa do Mundo Feminina de 2011 aconteceu entre os dias 26 de junho a 17 de julho na Alemanha. O país campeão do ano foi o Japão.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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