Febre maculosa: situação ainda é de tranquilidade em Goiás

O recente avanço da febre maculosa pelo País tem acendido o sinal de alerta de autoridades brasileiras em torno da doença, transmitida pelo carrapato-estrela. Já são 53 casos confirmados este ano no País, com oito mortes, segundo o Ministério da Saúde (MS). Goiás experimenta tranquilidade neste cenário. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), de 2019 a 2023, foram registrados cinco casos de febre maculosa. Sendo dois em 2019 – em Guarinos e em Serranópolis -, dois em 2020 – em Abadiânia e em Vianópolise, um em 2022, em Bom Jardim de Goiás. Não há registro de óbito pela doença.

Todos os óbitos registrados no País neste ano ocorreram na Região Sudeste , sendo seis em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro. Quanto ao número de ocorrências, a maior concentração é verificada nas regiões Sudeste (30) e Sul (17). A SES -GO já realizou 17 capacitações dos profissionais de saúde dos municípios jurisdicionados das 18 Regiões de Saúde sobre doenças como Chagas, Leishmanioses e Febre Maculosa. Em 2022, foi realizada atualização técnica em parceria com o Ministério da Saúde e equipe da Secretaria de Estado, quanto ao manejo epidemiológico e entomológico da doença.

Além disso, são feitas recomendações quanto a medidas de prevenção (instalação de placas de alerta) e controle nas áreas consideradas de risco, que são áreas sabidamente de transmissão, onde já foram encontrados carrapatos positivos ou casos confirmados. Além de divulgação de Nota Técnica do Ministério da Saúde de alerta epidemiológico do período sazonal de transmissão da doença em 2022 divulgada aos profissionais de saúde da rede pública e privada.

O Brasil registrou 2.059 casos de febre maculosa de janeiro de 2013 a 14 de junho de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na Região Sudeste. Com relação aos óbitos causados pela doença do carrapato, foram contabilizados 723 no Brasil de 2013 a 2023, dos quais 623 foram no Sudeste.

Surto

Metade das mortes registradas tiveram um ponto em comum: a Fazenda Santa Margarida, em Campinas, no interior de São Paulo – local em que estiveram quatro dos cinco casos suspeitos evoluíram ao óbito. Uma quinta vítima, que segue internada, esteve no local na mesma época.

O endereço é palco de grandes shows, com recentes apresentações de nomes como Seu Jorge, Ivete Sangalo, Zé Neto & Cristiano e Henrique & Juliano. O cantor Gusttavo Lima tem apresentação marcada para o dia 21 de julho na fazenda. Nesta quinta-feira, 15, a empresa que gerencia a carreira do artista informou, em nota, que a realização do show agendado dependerá de uma “avaliação minuciosa”.

Contágio

O contágio da febre maculosa ocorre somente por meio do contato com o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) infectado pelas bactérias Rickettsia rickettsii ou Rickettsia parkeri. Não há, portanto, transmissão de pessoa para pessoa e seus sintomas podem ser facilmente confundidos com outras doenças que causam febre alta.

Em humanos, a enfermidade caracteriza-se por febre e máculas (manchas) vermelhas no corpo. Além disso, há sinais de fraqueza, dor de cabeça, muscular e nas articulações, tudo de início súbito.

De acordo com o MS, logo aos primeiros sintomas, o paciente deve procurar as unidades de saúde para avaliação médica e tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério informa que tem promovido ações recorrentes de capacitação direcionadas às vigilâncias estaduais e municipais, envolvendo profissionais da vigilância e da atenção à saúde.

A pasta informa que está sendo usado um medicamento antimicrobiano para tratar a febre maculosa. Todas as unidades federativas estão abastecidas com os remédios prioritários para o tratar a doença, incluindo São Paulo. Diz ainda que dispõe de estoque estratégico para envio de novas remessas aos estados que precisarem.

Para áreas consideradas de risco, o Ministério recomenda o uso de roupas que cubram todo o corpo, priorizando calças, blusas ou camisetas com mangas compridas e sapatos fechados. Além disso, são indicadas roupas de cores claras para que os carrapatos sejam vistos com mais facilidade pelo corpo.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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