Ex-gerente de necrotério é acusado de roubar partes de corpos humanos

O ex-gerente do necrotério da renomada Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, Cedric Lodg, e mais cinco pessoas se tornaram réus em um processo em que são acusadas de comprar e vender restos humanos roubados. O esquema supostamente durou de 2018 a 2021.

A esposa de Cedric, Denise, também estaria envolvida. O grupo teria se apropriado de pedaços de “cabeças, cérebros, pele e ossos” de cadáveres doados à escola de medicina e vendido online a compradores nos Estados de Pensilvânia e Massachusetts.

Os acusados compareceram ao tribunal federal de New Hampshire e se recusaram a responder às perguntas de repórteres. Se condenado, o casal Lodge pode ficar até 15 anos preso por conspiração e transporte interestadual de mercadorias roubadas.

Katrina Maclean, de Salem, Massachusetts, e Joshua Taylor, de West Lawn, Pensilvânia, supostamente foram compradores de partes de corpos. Eles também são réus, assim como mais duas pessoas a quem revenderam o material. De acordo com a promotoria, em outubro de 2020, Maclean comprou rostos dissecados por US$ 600 (cerca de R$ 2.890 na cotação atual) para curtir em couro.

Ela é dona de uma loja chamada Kat’s Creepy Creations, que se especializou em transformar bonecas e deixá-las com aspecto gótico ou aterrorizante. Não se sabe se as partes dos cadáveres foram usadas nos produtos. A acusação alega que Maclean armazenou e vendeu restos humanos na loja.

Joshua Taylor, por sua vez, supostamente fez 39 pagamentos eletrônicos a Denise Lodge em troca de partes de corpos, totalizando mais de US$ 37 mil (R$ 178 mil) em quatro anos. Os promotores apresentaram como evidência um recibo do Paypal para uma compra no valor de US$ 1 mil pelo item “cabeça número 7”.

George Q. Daley, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, disse estar “horrorizado ao saber que algo tão perturbador poderia acontecer em nosso campus” e confirmou que o contrato de emprego com Cedric Lodge foi encerrado em 6 de maio.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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