A campanha foi lançada nacionalmente pelo presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, que alertou contra o crescimento de “soluções simplistas” para a violência. Segundo ele, a solução não envolve facilitar o acesso a armas pela população, mas investir em justiça social.
“É um grande equívoco achar que superamos a violência recorrendo a mais violência. Por isso insistimos que a atitude deve ser de não violência. Então não podemos favorecer comércio de armas, facilidade para pessoas terem armas. Nós queremos responder ao problema da violência com a justiça social, com fraternidade nos seus diversos níveis”, afirmou.
Criada em 1962, a Campanha da Fraternidade é uma iniciativa de evangelização e sempre é lançada no início da Quaresma, em preparação para Páscoa. O tema é trabalhado nas igrejas, comunidades e escolas católicas.
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça, participou do lançamento nacional da campanha e disse que a superação da violência no país passa por uma mudança na forma de olhar uma pessoa desconhecida. A ministra disse que, em vez de tratar o outro com desconfiança e como inimigo, é preciso considerá-lo como um irmão e aliado.
“E como aplicar a fraternidade quando a delicadeza com o outro, a crença no outro, e a solidariedade com o outro não é a regra? Esta campanha que aqui se inicia neste ano dá conta da imperativa mudança que se impõe, que é crer que o irmão ao lado é um aliado, porque igual em sua condição humana e na idêntica centelha de dignidade que é o centro de cada um de nós”, defendeu.