As comidas típicas das festividades juninas são quase sempre feitas com milho, como é o caso da canjica, pipoca, curau, bolo de milho e a famosa pamonha – um dos principais itens da culinária goiana. Durante o frio, é comum que uma pamonha quentinha seja escolhida como o prato ideal. Coincidentemente, a temporada de frio e o mês de junho chegam juntos e diferente do que pensamos, esses fatores não impactam no preço do milho.
Segundo o gerente da divisão técnica da Central de Abastecimento de Goiás (CEASA), Josué Lopes, o que faz o preço do milho subir é a seca, que fica mais intensa a partir do final de julho. “A questão da oferta do milho funciona da seguinte forma: ele tem um ciclo no período chuvoso e é aí que começa a estiagem, momento em que o preço começa a subir. Então, como as chuvas praticamente encerraram, os milhos disponíveis serão apenas os já irrigados”, explica.
Apesar de assumir que a demanda em junho sobe, Josué afirma que a tendência é que o preço suba em decorrência do preço da ‘mão’ e importação de outros estados. “A mão é com 60 espigas… assim que é feita a cotação e comercializado lá na CEASA. O milho você encontra em torno de R$ 40 ou 50 a mão. Com isso, a tendência em julho, agosto e setembro é subir mais ainda porque não vai ser achado facilmente em Goiás. Vai precisar trazer do interior de São Paulo ou de Minas Gerais”, detalha.
O gerente da divisão técnica da CEASA, afirma que a maior demanda vem das pamonharias e da rede supermercadista. Em supermercados, ele destaca que o milho é comercializado in natura, em bandejas. Já os proprietários de estabelecimentos que comercializam pamonhas preferem o produto de forma diferente, uma vez que essas lojas precisam da casca para vender a pamonha.
A pamonharia Frutos do Milho, localizada no Alto da Glória, em junho registrou o aumento de 150% em relação ao consumo comum na empresa, passando a consumir 1,5 tonelada por dia. “Neste mês dobramos a produção das lojas. Nós temos também as mini pamonhas juninas, que são líderes de venda neste período, e fazemos um cardápio junino, comercializando pamonhas em dois tamanhos, de 200g e 250g”, informa a administração da empresa.
Período chuvoso
Durante os períodos de chuva, Josué destaca que são comercializadas aproximadamente de 1 mil a 1,5 mil toneladas por mês e. Com o fim dessa temporada, é comum que essa produção diminua gradativamente. “Neste período, ainda tem até 1,2 mil toneladas para este mês. Do ano passado para esse ano não tem variação de preço, ou seja, a oscilação nessta época é a mesma de 2022, cerca de R$ 40 e 50 , dependendo da variedade do milho”, diz.
Além disso, ele frisa que com o fim das chuvas, os comerciantes passam a buscar o produto em outros estados. “A partir do final de julho, para agosto, setembro e outubro, espera-se que haja uma maior procura em São Paulo e Minas Gerais. Isso não quer dizer que Goiás para com a produção, só não vai ser suficiente para atender a demanda”, aponta.
Sobre o impacto em pamonharias, a Frutos do Milho analisa que isso acontece de forma direta. “Sabemos que festa junina e frio pedem uma pamonha, então aproveitamos este período para vender bastante”, completaram.