Câmara quer proibir “planta cheia “do IPTU

Projeto que proíbe a cobrança da “Planta Cheia” relativa ao IPTU foi aprovado na manhã de ontem pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara Municipal de Goiânia. Para o autor do projeto, vereador Lucas Kitão (PSL), proibir a cobrança é uma forma de fazer justiça fiscal, já que a intenção da prefeitura é aumentar a arrecadação a todo custo.

“Hoje, o cidadão que construiu, reformou ou ampliou seu imóvel, e não informou a prefeitura, será enquadrado na Planta Cheia, e o imposto será cobrado de forma integral e de uma só vez. Não é justo com o cidadão. São pelo menos, 120 mil contribuintes só no “puxadinho”. O ideal é otimizar os recursos já existentes, não aumentar a arrecadação”, defende Kitão.

A matéria estipula deflatores (um índice de comparação usado para determinar o valor real dos produtos) de 5% a 15% todo ano até que o aumento seja aplicado integralmente ao imóvel. Ou seja, o contribuinte tem reajustes gradativos.

Mas os dois primeiros parágrafos do artigo 3º estabelecem a aplicação de todo o aumento integralmente e de uma vez só para quem fez alterações nos imóveis, os chamados ‘puxadinhos’, e não informou à prefeitura e para qualquer tipo de mudança no cadastro do Município, como transferência, registro de imóveis novos ou ainda de alteração de ITU para IPTU.

A vereadora Sabrina Garcêz (PMB) acredita que a cobrança total pode aumentar a inadimplência. “Tenho certeza que aumenta a inadimplência. Se analisarmos a arrecadação do imposto do ano passado e comparar com do ano retrasado, veremos que caiu. Da mesma forma, do ano passado com este ano, cairá também. Isso é prova de que o cidadão está cada vez mais endividado”, disse.

Sabrina acredita na aprovação do projeto, e garante, que caso isso não aconteça, a Câmara derrubará o veto. “A população está revoltada com essa novela do IPTU. Isso aumenta a pressão em cima dos vereadores da base, mesmo que eles sejam da base, eles sabem que é uma injustiça que está acontecendo. Teremos que derrubar o veto e se o prefeito entrar na Justiça, vamos fazer a defesa na Justiça”, atacou.

Enquanto a matéria não é aprovada na Câmara, sancionada e aplicada de forma efetiva, a sugestão dos parlamentares é que “a população opte pelo parcelamento do imposto e pagar a primeira fatura. Em seguida, dê início a um processo administrativo, no Paço Municipal”, sugere Kitão.

O vereador acredita que após aprovada a proibição, os contribuintes poderão ter o valor do IPTU reduzido pela metade, ou ser compensado pelo município com o ressarcimento de parte do valor, ou com desconto nas próximas faturas.

Os vereadores esperam que o projeto seja votado até o final deste mês. “Temos que aprovar a proibição o mais rápido possível, até o final do mês, no máximo. E a Prefeitura vai ter que adequar, que é ou atrasar a emissão de IPTUs, que ainda não o fez, ou se preparar para quem for contestar, depois de aprovada a lei, estar apta a compensar o cidadão, seja devolvendo o dinheiro ou abatendo no imposto junto ao município”, finalizou Lucas Kitão.

 

Patrícia Santana

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Irmãos Menendez: Nova audiência pode levar à libertação após décadas de controvérsia

Após mais de três décadas desde que Lyle e Erik Menendez foram condenados pelos assassinatos de seus pais e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, os irmãos agora veem um caminho para sua possível libertação. Uma nova audiência foi agendada em Los Angeles para discutir revisões nas sentenças dos irmãos, com foco em novas alegações de abuso familiar.
O promotor público de Los Angeles, George Gascón, anunciou recentemente que recomendará a um juiz a reavaliação das sentenças dos irmãos. Essa decisão segue uma revisão do caso iniciada após os advogados de defesa apresentarem novas evidências em 2023, incluindo alegações de abuso sexual por parte de seu pai, Jose Menendez.
 
“Eu nunca desculparei assassinato, e esses foram assassinatos brutais e premeditados,” disse Gascón à CNN. “Eles foram apropriadamente sentenciados na época em que foram julgados. Pegaram prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Só acho que, dado o estado atual da lei e dada nossa avaliação de seu comportamento na prisão, eles merecem a oportunidade de serem reavaliados e talvez reintegrados à comunidade.”
 
Lyle e Erik Menendez, que tinham 21 e 18 anos na época dos assassinatos, foram presos menos de um ano depois, em 1990, e condenados por homicídio de primeiro grau em 1996. Durante os julgamentos, os irmãos admitiram ter matado seus pais, mas argumentaram que agiram em legítima defesa após sofrerem uma vida inteira de abuso físico e sexual.
 
O primeiro julgamento, um dos primeiros casos a ser televisionado, terminou anulado após os jurados chegarem a um impasse nas acusações. No segundo julgamento, muitas das evidências da defesa sobre abuso sexual foram excluídas, e os irmãos foram considerados culpados.
 
Vários fatores influenciaram a decisão de Gascón, incluindo declarações de membros da família que confirmaram o ambiente disfuncional e abusivo do lar dos Menendez. Uma declaração juramentada do ex-membro da boy band Menudo, Roy Rosselló, alegou que Jose Menendez o agrediu sexualmente na década de 1980. Além disso, uma carta escrita por Erik Menendez a um primo meses antes dos assassinatos faz alusão ao abuso que ele sofreu.
 
A audiência sobre o assunto pode ser realizada em 30 a 45 dias, quando um juiz do Tribunal Superior de Los Angeles decidirá se os irmãos serão novamente sentenciados. Embora Gascón acredite que os irmãos já cumpriram tempo suficiente atrás das grades, a possibilidade de libertação ainda é incerta.

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