Ataques e revelações na primeira sessão da Assembleia

A primeira sessão da Assembleia Legislativa foi marcada por troca de ataques entre a oposição ao governo Marconi Perillo (PSDB) e um discurso contundente e incisivo do próprio governador, que terminou em revelações particulares sobre a relação do deputado José Nelto (MDB) com o governo. Ao iniciar o discurso, o governador disse que seu pronunciamento não seria politicamente correto. “Estou cansado de tolerar maldades, mentiras, injúrias e hipocrisias. Fui agredido durante anos. Estou disposto a defender meu governo e mostrar a transformação que Goiás vive desde 1998”, disparou Marconi.

Como representante da bancada de oposição, o deputado fez um discurso de críticas e ataques ao atual governo, bem como ao seu vice José Eliton. “Ninguém tem acesso aos gastos. O seu governo é uma verdadeira caixa preta que encobre salários de aliados do PSDB. O governo pratica nepotismo e extrapola a folha de pagamento. Seu governo se transformou em compadrio a aliados e massacre ao servidor, especialmente, da saúde, que não terá mais carreira com as O.S. nas escolas”

Marconi fez uma prestação de contas objetiva como forma de rebater o discurso da oposição. O discurso do governador foi baseado em dados e números. “Desde 1999, Goiás vive profundas transformações desde o surgimento do tempo novo. Da economia a gestão pública, social, infraestrutura, segurança, saúde, educação, transparência e prestação dos serviços públicos. Não há setor da vida dos goianos, sem a presença dos nossos governos, que transformou Goiás num estado moderno, próspero e bom para se viver”, avaliou.

“Nosso governo não tem oportunismo, é sério e responsável. Prova disso, é a parceria com todos os prefeitos goianos. Com equilíbrio e planejamento Goiás arrecada hoje R$ 200 bilhões. Quando assumi o governo em 1999, a arrecadação era de R$ 17 bi; Nosso PIB cresceu 3,3%; geramos mais de 1 milhão e cem mil empregos; criamos a UEG; 23 Institutos tecnológicos; reformamos e reativamos o HGG, Hugo, Materno, Colônia Santa Marta; construímos o Hugol, CRER; investimos em todas as áreas. Isso é governo responsável e sem coronelismo”, destacou o governador ao se referir a José Nelto com o ditado popular: “O uso do cachimbo faz a boca torta.”

“Quanto elogios e quantas vezes esteve comigo para falar mal do Iris, do Maguito, do Caiado. Quantas vezes mandou recado dizendo que queria tomar vinho comigo. Quantas vezes foi na minha sala de chá para pedir ajuda nas suas campanhas? Pra pedir favores pessoais? Fui agredido ao longo de muitos anos, e se for o caso, estou disposto a contar mais algumas coisas”, metralhou Marconi se referindo a José Nelto.

“O que aconteceu aqui hoje é reflexo do que vai acontecer durante o ano eleitoral, um ano de discussões acaloradas entre situação e oposição”, comentou o presidente da Casa, José Vitti. Para ele, a primeira sessão do legislativo foi propícia para que o governador fizesse a defesa do seu governo, que mesmo em anos de recessão e crise ética e moral, conseguiu alavancar obras e levar benefícios á população. “Foi uma abertura de trabalho que há muito tempo não via. Fico motivado para que possamos ter o envolvimento dos parlamentares nos trabalhos, mas que os debates permaneçam na tribuna. Sem discursos raivosos”, finalizou Vitti.

Patrícia Santana

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Datafolha: 62% dos brasileiros se opõem à anistia para golpistas do 8/1

STF condena mais 29 réus pelos atos golpistas de 8/1

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada na quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, revelou que 62% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia aos participantes dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Esses atos envolveram a invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A pesquisa foi conduzida após a Polícia Federal (PF) indiciar Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e atualmente filiado ao Partido Liberal (PL), por envolvimento na conspiração que levou aos eventos de 2022. A rejeição à anistia é clara, refletindo a opinião majoritária da população brasileira sobre o assunto.

Os dados da pesquisa indicam que a oposição à anistia é significativa, com 62% dos entrevistados expressando sua discordância. Essa posição é compartilhada por uma ampla gama de segmentos da sociedade, embora haja variações nos níveis de apoio e rejeição entre diferentes grupos.

Veja os números:

  • Contra: 62% (eram 63% em março);
  • A favor: 33% (eram 31%);
  • Não sabem: 5% (eram 4%);
  • Indiferente: 1% (era 2%)

Apoio à Anistia

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos apoiadores a anistia são homens, com 37%, enquanto 29% das mulheres entrevistadas defendem a medida. Já 64% das mulheres são contra a anistia, e 59% defendem punição para os participantes do 8/1.

Em relação ao apoio a políticos, quem declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 defende em sua maioria o perdão aos golpistas: 45%. Já 72% dos que declararam voto no presidente Lula (PT) na última eleição presidencial são contra a anistia.

Já em relação a classe de trabalho, os funcionários públicos (68%), estudantes (68%), desempregados (67%) e moradores da região Nordeste (66%) são os grupos sociais que mais defendem a punição.

Os mais favoráveis à anistia são os assalariados sem registro (38%), empresários (37%), evangélicos (37%) e pessoas de 35 a 44 anos (36%).

O instituto ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro, com entrevistados de idade entre 16 anos ou mais.

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