“Desejo que ele pague pela dor de cabeça que não só eu, e meu esposo, mas como diversas pessoas sofreram”. O desabafo é de C.V. uma das vítimas do homem preso em Goiânia pela Polícia Civil, nessa segunda-feira, 10, por vender falsos pacotes de hospedagem em Caldas Novas. Ao menos 20 pessoas teriam sido lesadas.
O golpe aconteceu em fevereiro, quando a vítima e seu esposo pagaram ao suspeito cerca R$ 1.200,00 de hospedagem para passarem o carnaval na cidade. O casal havia conhecido o homem numa viagem anterior, no segundo semestre de 2022 e, após indicações, fechou um pacote para a virada do ano.
O passeio, entretanto, precisou ser adiado e foi novamente marcado para 24 a 26 de fevereiro deste ano. Após o envio de todos os comprovantes, ele tinha dito que estava tudo reservado. “Quando chegamos em Caldas Novas, ele disse que tinha marcado a data errada, que tinha colocado no sistema para o mês seguinte”, recorda C.. “Ficamos muito nervosos, porque um dia antes perguntamos se estava tudo certo e ele disse que sim”.
O homem alegou que havia sido erro, mas que nada podia ser feito e sugeriu ao casal voltar na suposta nova data. “Tentamos explicar que não dava, porque já havíamos pedido folga do serviço e a gente gastou para ir até a cidade, e que ele fizesse a devolução do dinheiro. O mesmo disse que faria até o final da tarde”, relata a vítima.
As últimas mensagens com o falso vendedor foram no mês de maio. O casal tentou negociar, mas nunca obteve o reembolso. “Pedimos para ele se não teria condições de passar nem que fosse R$ 100, por mês. E toda vez arrumando desculpa. Sempre que mandávamos mensagem cobrando, ele dizia que não podia fazer nada, que não tinha o dinheiro e que pagaria a gente quando desse. Resultado, nunca recebemos”, finaliza.
Investigação
A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) também cumpriu três mandados de busca e apreensão e efetuou sequestro de R$ 50 mil do suspeito.
De acordo com a polícia, o investigado por estelionato assegurava aos consumidores que as reservas estavam garantidas. Entretanto, ao chegar ao local da hospedagem, as vítimas descobriam que se tratava de um golpe, o que as obrigava a retornar para suas cidades ou arcar com as despesas para o custeio da viagem.
O preso ainda vendia entradas para grandes atrações musicais, porém não entregava os ingressos. A divulgação da imagem do preso foi autorizada mediante despacho da delegada responsável pelo inquérito, com base na Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 – PC, a fim de possibilitar a identificação de novas vítimas.