Rap Mix: delegado diz que queda de rampa não foi acidente

O delegado responsável pela investigação do desabamento da rampa durante o Rap Mix Festival, Thiago Martimiano, afirmou que a queda da estrutura, que deixou aproximadamente 40 pessoas feridas, não foi um acidente e que a Polícia Civil (PC) investiga crime de lesão corporal culposa. Além disso, testemunhas ouvidas afirmaram que quando a rampa caiu estava cheia ao ponto de as pessoas não conseguirem andar em cima dela.

Segundo o delegado, a estrutura não poderia cair e que alguém falhou, sendo necessário agora saber quem foi o responsável. “Não é um acidente. A estrutura não poderia cair. Um acidente é algo que não se tem controle. Na verdade, a estrutura estava ali, não podia cair. Alguém falhou: seja a montagem, seja a organização, alguém falhou, e é isso que temos que apurar”, disse.

Para descobrir o motivo do desabamento, a PC solicitou uma perícia ao Instituto de Criminalística da Polícia Científica.

Em nota, a organização do evento afirmou que a estrutura continha alvará e que os próprios organizadores estavam investigando as razões para a queda da rampa. O texto dizia ainda que estavam em contato com as vítimas para prestar apoio e atendimento necessário. A ação prometida foi reforçada em uma nota sobre a assistência social, entretanto as vítimas e familiares afirmam que não estão recebendo assistência alguma por parte dos responsáveis.

O delegado informou, durante uma coletiva de imprensa na sede da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), que foram identificadas 28 vítimas e, destas, oito já foram ouvidas pela PC.

Testemunhas

As testemunhas escutadas pela polícia revelaram que a rampa estava muito cheia no momento que desabou. Segundo o delegado, baseado nos depoimentos, as pessoas não conseguiam sequer andar. “Todo mundo fala que estava muito lotado. A rampa quando caiu estava travada, ninguém conseguia ir para frente ou pra trás. […] Eles não conseguiam mais andar ali em cima da estrutura naquele momento”, informou o delegado.

Relembre o caso

Neste domingo, 9, a rampa que dava acesso ao front stage desabou durante o festival Rap Mix, no Estádio Serra Dourada, no Jardim Goiás, em Goiânia. O incidente deixou, ao menos, 40 pessoas feridos. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), o acidente no Serra Dourada ocorreu por volta das 23h16 da noite deste domingo.

Todas as vítimas do acidente no Serra Dourada estavam conscientes e foram levadas para o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), Hospital Estadual de Urgências de Aparecida de Goiânia (Heapa), Hospital Ortopédico de Goiânia, Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e ao Hospital de Acidentados.

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Semad lança relatório sobre incêndios florestais em Goiás

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) lançou o Relatório Consolidado de Incêndios Florestais Ocorridos em Goiás no ano de 2024, nesta quainta-feira, 19, durante live no perfil @semadgoias.reserva conduzida pelo subsecretário de Licenciamento, Fiscalização e Controle da Semad, Robson Disarz.

A íntegra do documento está disponibilizada no site da secretaria.

Desde janeiro, o fogo consumiu quase 449 mil hectares no estado, com destaque para os municípios de Formosa, Mineiros, Rio Verde e Jataí.

Incêndios florestais em Goiás

O relatório informa que 51,7% dos incêndios ocorreram em áreas de produção agropecuária e somente 1,42% (pouco mais de 5,6 mil hectares) coincide com áreas licenciadas, o que evidencia a eficácia do processo de licenciamento.

Pouco mais de 6,5% desse perímetro pertence a unidades de conservação, em especial aos parques nacionais da Chapada dos Veadeiros (14,6 mil hectares) e das Emas (11,3 mil). Os incêndios em terras quilombolas correspondem a 1,5% do total, e os incêndios em terras indígenas, a 0,02%.

O Corpo de Bombeiros Militar realizou 10.686 atendimentos até setembro de 2024, com foco em áreas urbanas. A plataforma Monitor de Queimadas recebeu 584 notificações em 2024. O investimento da Semad em prevenção foi de R$ 4,22 millhões no ano, com contratação de brigadistas e aquisição de novos equipamentos.

As brigadas contratadas pela pasta atenderam 152 ocorrências até novembro, com foco na contenção de incêndios em áreas limítrofes das UCs.

Tendências históricas

O estudo traz uma série histórica dos focos de calor em Goiás com início em 1998, que revela que os anos de 2007 e 2010 foram os mais críticos do período (com 12,6 mil e 13,4 mil focos, respectivamente).

Houve uma redução significativa nas ocorrências no período de 2019 a 2023. O número passou de 7.160 para 3.160 focos (um dos menores quantitativos da série histórica, ao lado dos anos de 2009, 2013 e 2018).

No ano de 2024, no entanto, observou-se uma inversão na tendência de redução, com o registro de 5.954 focos de calor até o dia 31 de outubro.

Em setembro, o mês tradicionalmente com maior concentração de focos de calor, houve uma notável e particular elevação nos registros. A média histórica para setembro é de 2.240 focos, mas esse número saltou para 3.111 em 2024, evidenciando um acréscimo significativo.

Contudo, é importante ressaltar que, ao longo de 2024, nenhum mês regisrou valores que ultrapassssem a máxima histórica, sugerindo que o ano apresentou picos elevados, mas ainda dentro de limites históricos de variação.

Focos

De acordo com o Mapbiomas, os focos de incêndio em Goiás correspondem a 7,8% de todo o Brasil em 2024. Os estados em que houve mais ocorrências foram Mato Grosso, em primeiro lugar (24,4%), e na sequência Tocantins, Maranhão e Minas Gerais.

O Instituto Mauro Borges (IMB) divulgou que as queimadas tiveram um custo estimado em R$ 710 milhões entre janeiro e agosto, valor que deve alcançar cerca de R$ 1,2 bilhão até o fim do ano.

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