Bolsonaro em Goiânia: “Jamais deixaremos o nosso país afundar”

A passagem do ex-presidente da república Jair Bolsonaro (PL) por Goiânia continuou movimentando a noite desta sexta-feira, 14. De cima de um carro de som, o ex-mandatário fez um discurso no Parque Flamboyant. Ele também teria ido a uma feira. “Nós jamais deixaremos o nosso país afundar”, disse Bolsonaro.

O momento foi registrado em vídeo, publicado por Bolsonaro em seu Instagram. Diversos apoiadores acompanharam a fala do ex-presidente. “Temos exemplos na América do Sul que nós não queremos para o Brasil. Nós queremos uma pátria livre, pujante e soberana”, disse no palanque improvisado no carro de som, acompanhado do deputado federal Gustavo Gayer (PL).

 

Durante o dia, o ex-presidente passou tratamento odontológico e foi a um encontro com o governador Ronaldo Caiado (UB). Bolsonaro chegou a ser questionado sobre a sua inelegibilidade. Em resposta, disse: “Eu não estou morto, nada acabou. Só estou na UTI e ao lado de um bom médico que é o Caiado”.

Por sua vez, o chefe do Executivo estadual explicou que partiu dele o convite para o almoço na residência oficial. “Sei da liturgia do cargo, da representatividade de um governador. Essa é a característica que tem de ter um governante, ouvir todas as lideranças políticas”, afirmou Caiado. A primeira-dama Gracinha Caiado também recepcionou o ex-presidente.

Inelegível

Jair Bolsonaro (PL) está inelegível por oito anos por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os ministros que votaram a favor da condenação, estão Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia eBenedito Gonçalves. A defesa de Bolsonaro afirmou que vai recorrer.

O ex-presidente foi condenado por abuso de poder, por ter divulgado fake news sobre o sistema eleitoral durante as eleições gerais de 2022, quando foi derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Agora, Bolsonaro está fora das eleições de 2026, podendo ser candidato apenas em 2030.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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