PF investiga quadrilha que trocou malas de goianas presas na Alemanha por tráfico

PF dá início à operação que investiga quadrilha que trocou malas de goianas presas na Alemanha por tráfico de drogas

Nesta terça-feira, 18, a Polícia Federal (PF) deu início aos trabalhos da Operação Colateral com o intuito de desarticular a organização criminosa que enviava cocaína à Europa, trocando as etiquetas das malas de passageiros que partiam do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

A Operação Colateral foi iniciada com o cumprimento de 45 mandados judiciais, dos quais 27 são de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e dois de prisão temporária, nas cidades de Guarulhos e São Paulo.

Os mandados de prisão têm como alvo os executores de três eventos de tráfico internacional de drogas e os mandantes do crime, acusados de enviar mais de 120 kg de cocaína para a Europa e outros eventos de tráfico internacional pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Entenda o casa das goianas presas na Alemanha

A Operação foi motivada em razão do caso que se tornou conhecido após duas goianas ficarem presas por quase 40 dias, injustamente, na cidade de Frankfurt, na Alemanha, depois da polícia alemã encontrar cocaína em malas identificadas com os nomes das passageiras, em março deste ano. As etiquetas das malas das goianas e das malas com cocaína foram trocadas ainda no Brasil, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Coube à Polícia Federal comprovar a troca das etiquetas e demonstrar a inocência das goianas. Com o envio das provas para as autoridades alemãs, as passageiras foram soltas e retornaram ao Brasil. Ainda na época, a Polícia Federal do Aeroporto Internacional de Guarulhos identificou e prendeu os responsáveis diretos pela troca de etiquetas das malas.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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