Marcelo Odebrecht disse que Aécio pediu R$ 15 milhões

O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht disse em delação que o do presidente do PSDB, senador Aécio Neves, lhe pediu R$ 15 milhões durante as eleições de 2014. Após ter recusado o pagamento inicialmente, por achar ser um valor alto, o senador fez uma proposta alternativa para ele passar o dinheiro para os seus aliados políticos.

Porém, Marcelo afirmou que o pagamento não foi concretizado. O nome de Aécio foi citado por Claudio Melo Filho em delação. Segundo Melo, o apelido de Aécio na tabela de propinas da Odebrecht seria ‘mineirinho’ e o valor de R$ 15 milhões vai ao encontro com a planilha e as mensagens da Odebrecht apreendidas pela operação Lava Jato.

Segundo Marcelo, o contato dele com Aécio era mais difuso do que com Dilma. Geralmente as conversas eram feitas a partir das filiais do estado de Minas Gerais. O próprio repasse proposto por Aécio foi negociado depois entre o empresário Oswaldo Borges da Costa, tesoureiro do tucano e Sérgio Naves, superintendente da Odebrecht em Minas.

O depoimento era sobre a investigação de caixa dois e propina da chapa Dilma-Temer durante as eleições 2014. Devido a isso, o juiz pediu a ele para se manter dentro do propósito das perguntas e Marcelo não voltou a falar sobre o assunto.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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