“Temos orgulho das nossas origens”, diz Caiado ao transferir capital para cidade de Goiás

O governador Ronaldo Caiado transferiu, na manhã desta segunda-feira, 24, a capital do Estado para a cidade de Goiás. A cerimônia foi realizada no centro histórico, em frente ao Palácio Conde dos Arcos, antiga sede do governo estadual, e marcou a instalação das sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no município. A tradicional transferência simbólica faz parte das comemorações do aniversário de 296 anos da primeira capital de Goiás.

Ao lado da presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), primeira-dama, Gracinha Caiado, e do vice-governador, Daniel Vilela, Caiado assinou o termo de instalação do Poder Executivo. O governador afirmou que o momento marca o compromisso com a preservação do Patrimônio Histórico e Cultural do estado. “Nós temos orgulho das nossas origens e a cultivamos. Me dedico o tempo todo a ouvir as pessoas que conhecem e vivem a história da cidade de Goiás para que a gente a torne cada vez mais bonita e receptiva”, destacou Caiado.

“Posso me dirigir ao vilaboense e dizer que temos cumprido a tarefa de casa, feito um governo transparente, com respeito ao dinheiro público”, completou o chefe do Executivo estadual, que lembrou do projeto de recuperação de prédios históricos da cidade, que conta com a restauração da Catedral de Sant’Ana. Caiado ainda prometeu a recolocação da Pedra Goiana, no Parque Estadual da Serra Dourada, até o fim do mandato.

Durante a solenidade, o prefeito da cidade de Goiás, Aderson Gouvea, agradeceu as parcerias com o Governo de Goiás, que definiu como fundamentais para o crescimento econômico e social do município. Ele lembrou da inauguração da Policlínica Rio Vermelho, da aquisição da máquina de corte Audaces, doada pela gestão estadual e que impulsionou o setor de confecções, além das obras de recuperação asfáltica da cidade por meio do programa Goiás em Movimento. “Nós sabemos do carinho e do apreço que o governador tem tratado a nossa cidade”, reconheceu.

Representando a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Cairo Salim ressaltou a importância da Casa para o estado e lembrou dos recentes avanços econômicos e sociais na região. “Os bons ventos da história nos transportam para Goiás de hoje. Eficiente, próspero, competitivo, de crescente modernização e expansão produtiva. Cremos no potencial do nosso estado e na eficiência do governo estadual, sabemos que Goiás avançará muito mais e nós prosseguiremos no Poder Legislativo estadual”, disse Salim.

O presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Carlos Alberto França, relembrou a evolução do Poder Judiciário goiano desde a sua instalação na cidade de Goiás, em 1874, com cinco desembargadores. “Estamos aqui hoje com todas as autoridades e a sociedade vilaboense reverenciando a história dessa terra e a história do estado de Goiás”, afirmou o desembargador.

Histórico

Fundada em 1727, a cidade de Goiás foi sede administrativa da Capitania e do
Estado de 1744 a 1937, ocasião em que se deu a transferência oficial da capital para Goiânia. A mudança simbólica da sede dos Poderes para a antiga Vila Boa de Goiás teve início em 1961 pelo então governador Mauro Borges e se estendeu até o ano de 1978, quando foi regovada. O ato voltou a acorrer em 1984, quando uma nova Lei (nº 9.314, de 21 de junho de 1983) foi sancionada pelo então governador Iris Rezende Machado.

A solenidade de transferência da capital foi prestigiada ainda pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Saulo Mesquita, presidente do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Joaquim de Castro, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Rafael Lara, além do presidente da Federação Goiana dos Municípios, Haroldo Naves e do presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Carlos Alberto de Oliveira.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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