Justiça decide que Prefeitura não pode cobrar IPTU do puxadinho

A juíza Jussara Cristina Oliveira Louza, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos, deu parecer favorável ao mandado de segurança protocolado domingo pela Câmara Municipal e reconheceu o decreto legislativo que suspende a cobrança complementar do valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pela Prefeitura de Goiânia. Com isso, a novela do IPTU do puxadinho acaba.

Até ontem existiam quatro pedidos judiciais correndo na Justiça questionando a cobrança do IPTU de Goiânia. O Sindilojas protocolou ação pedindo prorrogação do prazo para pagamento do imposto por 30 dias. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ) questionando a constitucionalidade da nova planta de valores. Já a Câmara de Vereadores de Goiânia, quer impedir que a cobrança seja baseada em imagens aéreas dos “puxadinhos” com duas ações contra a prefeitura.

Em meio a tanto impasse e indefinição, a população não sabe se deve pagar ou não o imposto, cujo prazo determinado pela prefeitura terminou ontem para pagamentos com desconto ou da primeira parcela. De acordo com o secretário de finanças da prefeitura, Alessando Melo, as ações judiciais devem se estender ao longo do ano, mas não soube dizer quais decisões serão tomadas pela prefeitura. “Tudo depende do andamento das ações”, disse.

A orientação da OAB é que o contribuinte pague pelo menos a primeira parcela, para evitar multas. Segundo o presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB-GO, Simon Riemann, o último reajuste da planta de valores ocorreu em 2015, que estava defasado há 10 anos. “Para não penalizar o contribuinte, ficou decidido que a cobrança seria gradual, em 5, 10 e 10% em relação à inflação, para não cobrar o reajuste de uma só vez, exceto em casos de ampliação sem comunicado legal à prefeitura.

Segundo o presidente da OAB-G), Lúvio Flávio, a prefeitura está interpretando a decisão com foco apenas na arrecadação. Já o prefeito Iris, reconheceu que pode haver erros, e que a prefeitura fará revisões dos valores questionados pelo contribuinte.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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