Goiás é o estado com o maior número de pessoas declaradas indígenas que habitam fora de terras oficialmente delimitadas no Brasil. É o que mostram os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta segunda-feira, 7.
Os pouco mais de 19 mil pessoas que compõem a população em Goiás estão majoritariamente fora de suas terras. Isso significa que 99,20% dos indígenas estão em domicílios em perímetro urbano ou na zona rural.
Atrás de Goiás, estão o estado do Rio de Janeiro, com 99,16%, e o Piauí, com 99,08%. No sentido contrário, os estados com maior número de indígenas em suas terras oficialmente delimitadas são Roraima, com 58,84%, Mato Grosso, com 57,91%, Maranhão, com 52,59%, e Tocantins, com 51,13%.
Com exatas 19.522 pessoas declaradas indígenas, Goiás é 20º estado com o maior número no Brasil e o 3º do Centro-Oeste, atrás dos estados de Mato Grosso do Sul, com mais de 116 mil, e Mato Grosso, com mais 58 mil.
Apesar de 19 mil indígenas goianos ser um número pequeno, Goiás é o sexto estado cuja população mais que dobrou de 2010 para 2022. De acordo com os dados do IBGE, a quantidade de pessoas dos povos originários saltou de 8.583 para 19.522 pessoas declaradas.
Brasil tem mais de 1,6 milhão de indígenas e mais da metade vive na Amazônia Legal
No panorama nacional, o número de pessoas indígenas aumentou de 2010 para 2022. No Censo anterior, foram registradas pelo IBGE 896.917 mil contra os mais de 1,6 milhão registrados no mais recente levantamento.
Esse aumento corresponde a um crescimento de 88,82% na população indígena no Brasil, o que representa 0,83% da população total do País. Pouco mais da metade dessa população vive na Amazônia Legal, que é formada por todos os estados do Norte do Brasil mais o estado do Mato Grosso e parte do Maranhão.
O próprio IBGE explica que esse aumento pode ter sido influenciado pelas mudanças nos métodos aplicados em 2010 e em 2022. Segundo o órgão censitário, a pergunta “você se considera indígena?” foi ampliada para fora das terras indígenas em 2022, o que antes era perguntado apenas para pessoas que eram recenseadas em território oficialmente delimitado como indígena.
