Governo de Goiás alerta sobre alto risco de letalidade da leishmaniose

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para o perigo da leishmaniose visceral. A enfermidade já registrou 11 mortes no estado, entre 2019 e 2022, de um total de 166 casos. Em 2023, não há registros de óbitos. “A prevenção é possível, e o controle também, mas precisamos da colaboração das Secretarias Municipais de Saúde (SMSs) e, principalmente, da população”, afirma a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), Flúvia Amorim.

Tema da Semana Nacional de Controle e Combate à Leshmaniose, de 8 a 15 deste mês, as doenças zoonóticas (transmitidas dos animais para o homem) são causadas por protozoários do gênero leishmania e incluem ainda a leishmaniose tegumentar, que atinge pele e mucosas. No entanto, é a leishmaniose visceral, que atinge os órgãos internos, o principal foco da campanha. “É a doença com que a gente tem a maior preocupação, porque ela pode causar formas graves e, inclusive, levar a óbito crianças, idosos e pessoas debilitadas”, acrescenta Flúvia Amorim.

A médica veterinária responsável pelo Programa de Leishmaniose Visceral da SES, Larissa Araújo, também defende a prevenção. A especialista sugere, para quem mora perto de áreas de mata, o uso de repelente, mosquiteiro, uso de roupas de manga comprida, poda de árvores para manter o ambiente com luminosidade, e limpeza de lixo nos quintais. Doenças não contagiosas, as leishmanioses são transmitidas pelo mosquito do gênero Lutzomyia, ou mosquito-palha, birigui e cangalhinha. A transmissão ocorre quando uma fêmea do vetor pica cães ou outros animais infectados e, depois, seres humanos.

Diagnóstico

A SES disponibiliza testes diagnósticos aos municípios para a detecção das doenças. Para a leishmaniose tegumentar, o diagnóstico é feito por meio do raspado da lesão. Já na leishmaniose visceral, é realizado o teste rápido, que pode ser feito no próprio leito do paciente. O Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) realiza os exames. O tratamento da doença também é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além da distribuição dos kits de testes rápido, a secretaria ainda atua no monitoramento da doença, com a elaboração de estratégias, bem como de capacitação técnica de profissionais das SMS. Quando necessário, a pasta realiza inquérito para leishmaniose visceral canina, com auxílio da unidade móvel de zoonoses, e instala armadilhas para captura do vetor.

Desde 2021, o Ministério da Saúde incorporou as coleiras impregnadas com inseticidas ao SUS como ferramenta adicional no controle e prevenção da leishmaniose visceral. Os acessórios repelem o mosquito-palha, vetor da doença, e são ofertados aos municípios considerados prioritários. As coleiras devem ser trocadas a cada seis meses. Em Goiás, entre 2019 e o primeiro semestre deste ano, foram registrados 3.242 casos de leishmaniose visceral canina.

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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