Deputado bolsonarista faz comentários transfóbicos a ministra da Saúde

Nikolas Ferreira (PL-MG) fez declarações transfóbicas nesta quarta-feira, 9, durante audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados. O deputado bolsonarista criticou uma diretriz aprovada na 17ª Conferência Nacional de Saúde.

O documento estabelece “direitos sexuais e os direitos reprodutivos das mulheres, meninas e pessoas que podem gestar tendo por base a justiça reprodutiva e atenção à saúde segundo os princípios do SUS”.

“Você já viu algum homem tendo condição de gestar ou a senhora acredita nessa capacidade, ministra? Vocês querem reduzir as mulheres a pessoas que menstruam”, afirmou Nikolas. O bolsonarista ainda disse que a ministra tenta “colocar uma cartilha de esquerda na questão da saúde”.

“Nem vou comentar sobre bizarrices”, disse a ministra em resposta a Nikolas. “É importante nós reconhecermos a complexidade da sexualidade humana”, rebateu Nísia Trindade.

O bolsonarista ainda acusou o governo Lula de tentar “sexualizar as criancinhas”. Ele ainda reclamou da resolução 715/2023, que propõe a redução da idade de início de hormonização para 14 anos e legalização do aborto como forma de combater “desigualdades estruturais e históricas”.

“Vocês utilizam jargões políticos, sem qualquer tecnicidade jurídica, médica ou sanitária, simplesmente para poder colocar uma agenda dentro de uma resolução”, afirma Nikolas.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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