Mulheres dedicaram 9,6 horas por semana a mais do que os homens às atividades domésticas em 2022, é o que apontam o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença entre a quantidade de horas dedicadas por cada gênero ao cuidado da casa e das pessoas reduziu em relação a 2019, quando mulheres dedicavam 10,6 horas a mais do que os homens.
Mesmo com a redução em três anos, 92,1% das mulheres com 14 anos ou mais foram responsáveis pelo trabalho doméstico, 2022, contra 80,8% dos homens na mesma faixa etária. A participação masculina nos cuidados da casa é ainda menor na Região Nordeste, onde apenas 73,9% dos homens com 14 anos ou mais realizam atividades domésticas.
O levantamento do IBGE aponta que ainda há uma desigualdade entre as horas dedicadas à casa e às pessoas entre trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. Os dados apontam que as mulheres ocupadas dedicaram, em média, 6,8 horas a mais do que os homens ocupados, em 2022.
Mais de 86% dos homens com graduação dedicaram-se ao trabalho doméstico, em 2022, contra 74,4% dos homens com menos instrução. Por outro lado, mulheres que se declaram negras tem a maior taxa de realização de trabalho doméstico se comparado com todos outros grupos, sendo 92,7%, enquanto 90,5% das mulheres brancas que se dedicam à atividade.
Mesmo com a diferença entre a taxa de mulheres brancas e negras que se dedicam à casa, essa porcentagem ainda é maior se comparado às taxas dos homens com mesma etnia: 80% dos homens brancos e 80,6% dos homens negros.
O cuidado de casa que ainda predomina a participação masculina é pequenos reparos na casa. Nessa atividade, 60,2% dos homens são responsáveis por fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos, sendo que apenas 32,9% das mulheres realizam essas atividades.