Seis parlamentares de quatro estados denunciam ter sido vítimas de ameaças de morte e “estupro coletivo” através de e-mails. As mensagens de teor violento e similares foram enviadas para a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), para as estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG) e para as vereadoras do PSOL Iza Lourença (MG), Mônica Benício (RJ) e Cida Falabella (MG), todas membros da comunidade LGBTQIA+. Casos são investigados pela Polícia Civil.
As ameaças
As ameaças começaram em 8 de agosto. O primeiro e-mail foi enviado para Bella Gonçalves, onde o autor pedia que ela renunciasse o mandato e teria escrito: “Seremos breves: você é lésbica e por isso sua presença não será mais tolerada”.
A parlamentar optou por não divulgar as ameaças. No entanto, a realidade mudou quando Iza Lourença e Cida Gonçalves revelaram que também recebera ameaças que citavam “estupro coletivo” como uma “terapia cognitiva para curar a lesbianidade”. O autor afirmou que iria até ás residências das parlamentares para testar a “prática”.
Na mesma noite, a deputada federal Daiana Santos também recebeu mensagens parecidas. Ela teria tomado conhecimento apenas nesta semana e decidiu denunciar a polícia.
Já no dia 15 de agosto, a deputada Rosa Amorim passou a receber e-mails similares onde o autor afirmava que sabia o endereço da residência em que ela mora.
Enquanto para Monica Benício, o autor dos e-mails contou que era “doutor em Psicologia pela Universidade de Harvard” e afirmou que não se tratava de uma violência, mas de um “Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração”.
Após a denúncia pública, Iza Lourença continuou a receber novas ameaças. “Teve um e-mail específico sobre minha filha, descrevendo crime de estupro e assassinato. É um grupo que pesquisou sobre as nossas vidas, sabe nossos dados pessoais. Essa ameaça personalizada mexe muito mais”, disse Iza Lourença ao O Globo.
Já Bella Gonçalves relatou que as ameaças têm como intuito paralisar as atividades parlamentar feitas por ela. “Isso tudo atrapalha o nosso trabalho, obstrui. Estava recolhendo assinaturas para uma CPI do Transporte e agora preciso repudiar a violência” afirma a deputada.