Índia faz história com pouso da Sonda Chandrayaan-3 na Lua

Nesta quarta-feira, 23, a Índia conquistou um marco espacial ao se tornar o primeiro país a realizar um pouso bem-sucedido de uma sonda no pólo sul da Lua. A façanha foi alcançada pela nave não tripulada Chandrayaan-3, lançada em 14 de julho

O veículo fez sua aterrissagem por volta das 9h33 desta quarta, horário de Brasília, conforme anunciado por Sreedhara Panicker Somanath Sreedhara Panicker Somanath, presidente da Indian Space Research Organisation (ISRO), a “Nasa” indiana.

“Conseguimos um pouso suave na Lua, a Índia está na Lua”

O feito foi celebrado pelo primeiro-ministro do país, Narendra Modi, que acompanhou a transmissão ao vivo.

“Este é um momento sem precedentes. Este é o momento para uma nova Índia em desenvolvimento”

Após quatro anos desde uma tentativa anterior sem sucesso, a Índia agora se junta à elite das nações espaciais, incluindo os Estados Unidos, Rússia e China, que conseguiram alcançar a superfície lunar. Vale destacar que a Índia conseguiu ser a primeira a atingir o cobiçado pólo sul lunar.

A missão tem o desafio de buscar gelo na superfície lunar, um elemento crucial para a eventual colonização humana do satélite terrestre. Os cientistas há muito especulam sobre a existência de água no satélite, e a área permanentemente sombreada da superfície lunar é uma fonte de grande interesse e mistério. Os especialistas acreditam que essa região escura pode conter reservas de água, mesmo que em estado sólido.

O módulo de aterrissagem, batizado em homenagem ao fundador da Organização Indiana de Investigação Espacial, Vikram Sarabhai, foi acompanhado pelo veículo espacial chamado Pragyaan, que significa “sabedoria” em sânscrito. Ambos transportam cinco instrumentos científicos destinados a analisar as características físicas da superfície lunar, a atmosfera circundante e a atividade tectônica abaixo da superfície.

O governo da Índia também elogiou a façanha, em publicação no Twitter.

“Somos profundamente gratos ao notável trabalho árduo, engenhosidade incomparável e dedicação inabalável de nossos cientistas, engenheiros espaciais, pesquisadores e todos os envolvidos em tornar esta missão um triunfo para a Índia. O partido do Congresso sempre acreditou no avanço da paz mundial e da fraternidade, e a descida do módulo de pouso Vikram na superfície da lua é uma afirmação solene de nosso compromisso de usar a ciência para fins pacíficos e de bem-estar”.

 

 

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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