IMB é pioneiro na divulgação de inflação por faixa de renda

O Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), órgão jurisdicionado à Secretaria-Geral de Governo (SGG), divulga, de forma inédita, boletim sobre a Inflação por Faixa de Renda Goiana (IFRG). A iniciativa permite avaliar o impacto, mês a mês, da inflação no estado de acordo com as faixas de renda da população, além de monitorar como as ações dos governos estadual e federal impactam sobre o poder de compra do cidadão de Goiás.

A análise do instituto considera as faixas de acordo com os quintis de renda monetária disponível per capita, sendo que o primeiro quintil representa 20% da população mais pobre (renda domiciliar per capita inferior a R$520) e o quinto quintil representa a parcela da população com maior renda per capita do Estado (renda domiciliar acima de R$1.965). As faixas de renda para avaliação do aspecto inflacionário serão reavaliadas mensalmente.

“A iniciativa inédita do IMB irá contribuir para a geração de conhecimento sobre este indicador. A abordagem detalhada da Inflação por Faixa de Renda Goiana não apenas amplia a nossa compreensão econômica, mas também fornece informações claras e acessíveis à população”, pontua o diretor-executivo do IMB, Erik Figueiredo.

Para o mês de julho, a faixa de renda dos mais pobres apresentou variação negativa (-0,25%). Também foi observado variação negativa para as faixas de renda média baixa, (-0,03%) e renda média (-0,02%). Todas estas faixas de renda foram impactadas pelo grupo de despesas de Habitação e pelo grupo de Alimentação e Bebidas. Na outra ponta, na faixa de maior renda, a inflação já foi registrada de maneira inversa, com índice positivo de 0,49%. Para essa faixa, os grupos que mais influenciaram o indicador foram Transportes (1,73%) e Despesas Pessoais (0,59%).

As faixas de renda sofrem o impacto da variação de preços de maneira diferente. Por exemplo, as variações negativas das faixas mais baixas são explicadas pela variação negativa do grupo com maior peso (Alimentação e Bebidas). Por outro lado, para as faixas de renda mais altas, como o peso de Alimentação e Bebidas é menor, isso não proporcionou uma redução do índice geral. Essa faixa de renda foi afetada pelo aumento de preços dos grupos de maior peso, como Transporte e Despesas Pessoais.

Variações

Os grupos que, com o aumento de preços, mais impactaram os índices foram Transportes, com passagem aérea (11,27%%), gasolina (4,74%) e automóvel novo (3,21%). No grupo de Despesas Pessoais ocorreram reajustes em hospedagem (4,02%), bicicleta (2,05%), pacote turístico (1,96%) e alimento para animais (0,98%). No grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, ocorreram aumentos em aparelho ortodôntico (3,46%), óculos de grau (1,75%), plano de saúde (1,56%), e medicamento anti-infeccioso e antibiótico (1,41%). Em Educação, os reajustes maiores foram verificados em artigos de papelaria (1,18%).

No mês de julho, cinco dos nove grupos de despesas registraram índices negativos e as maiores pressões vieram de produtos e serviços dos grupos de Habitação, com o recuo no preço da energia elétrica residencial (-4,30%), e do gás de botijão (-1,06%); seguido por Alimentação e Bebidas, com queda nos preços de diversos alimentos como feijão carioca (-12,12%), açúcar cristal (-1,40%) e café moído (-1,08%).

No grupo de Artigos de Residência, as menores variações foram registradas em televisor (-2,95%), roupa de cama ( -2,78%), móvel para sala (-1,58%), computador pessoal (-1,21%) e móvel para quarto (-1,33%). No grupo do Vestuário, os reajustes ocorreram em camisa/camiseta infantil (-2,92%), camisa/camiseta masculina (-2,20%) e calça comprida feminina (-1,98%). No grupo de Comunicação o recuo de preço foi verificado em aparelho telefônico (-1,15%).

Reajuste dos combustíveis

No último reajuste anunciado pela Petrobras, o litro da gasolina teve alta de R$ 0,41, e do diesel, R$ 0,78. A análise do IMB destaca que a gasolina afeta também a inflação dos mais pobres. A relação entre ambos é ampla, sendo que o principal mecanismo é aquele que emerge da sobrecarga imposta sobre os produtos alimentícios. Isso ocorre devido ao fato de que os combustíveis desempenham um papel fundamental como insumos no transporte de alimentos.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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