Nova pesquisa do IBGE aponta queda de 21,9% no grau de pobreza

Nova pesquisa do IBGE aponta queda de 21,9% no grau de pobreza multidimensional no País

Nova pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2017 e 2018, cerca de 63,8% dos brasileiros viviam com algum grau de pobreza ou vulnerabilidade multidimensional, uma proporção menor que os 81,7% encontrados pela mesma pesquisa nos anos de 2008 e 2009.

A pesquisa aponta ainda que 22,3% da população brasileira tinha algum grau de pobreza multidimensional em 2017 e 2018, uma queda de 21,9 pontos percentuais em relação aos anos de 2008 e 2009, quando registrou 44,2 pontos percentuais.

Para o levantamento, são consideradas em situação de pobreza quando são identificadas perdas e privações de qualidade de vida. A pesquisa apresenta três índices: Índice de Pobreza Multidimensional não Monetário (IPM-NM), Índice de Vulnerabilidade Multidimensional não Monetário (IVM-NM) e Índice de Pobreza Multidimensional não Monetário com Componente Relativo (IPM-CR).

Quanto ao Índice de Pobreza Multidimensional não Monetário (IPM-NM), o Brasil apresentou redução de 65%, saindo de 6,7, em 2008 e 2009, para 2,3, em 2017 e 2018. Para esse índice, são discriminados em duas áreas: rural e urbana. A redução foi maior na área rural que saiu de 15,7, em 2008 e 2009, para 6,4, em 2018 e 2018.

Apesar da redução da pobreza ter sido maior na área rural, na área urbana ela permanece menor, caindo de 4,8, no primeiro levantamento, para 1,6, no segundo. Na comparação por estados, o IBGE divulgou apenas que o estado de Santa Catarina apresentou o menor índice de pobreza, de 0,3, e o estado do Maranhão, o maior índice, com 7,7.

Entenda a nova pesquisa do IBGE

A pesquisa foi divulgada, pela primeira vez, pelo IBGE, e consiste em um levantamento que acompanha a evolução da pobreza e da vulnerabilidade no Brasil, com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). A POF permite complementar os indicadores tradicionais de pobreza baseados apenas na renda e no consumo das famílias.

De acordo com Leonardo Oliveira, gerente da pesquisa do IBGE, a Pesquisa de Orçamentos Familiares possibilita analisar a qualidade de vida ao considerar não apenas índices monetários, mas também aspectos como saúde, educação, meio ambiente.

Os aspectos considerados para pesquisa chegam a ser 50, no total, e foram divididos em seis dimensões: moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação; acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, e transporte e lazer.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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