Cooperação tecnológica com Israel deve transformar projeto de irrigação do Vão do Paranã

A troca de informações e compartilhamento de tecnologias com Israel é a aposta para alavancar a produção agrícola no Nordeste goiano. É o que acredita o governador em exercício, Daniel Vilela, que coordenou nesta quarta-feira, 30, uma visita do embaixador de Israel, Daniel Zonshinee, a Flores de Goiás, para conhecer o projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã. O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, participou da agenda.

“Temos um planejamento para que Israel possa nos ajudar a avançar tecnologicamente. Sabemos que podemos dar as condições necessárias para que os nossos produtores possam escalar a produção e transformar Flores de Goiás num grande polo fruticultor do país”, afirmou Vilela sobre um possível acordo de cooperação entre Goiás e o país do Oriente Médio.

Daniel Vilela aponta que as diretrizes do governador Ronaldo Caiado têm como um dos focos a promoção de oportunidades em regiões carentes, razão pela qual o projeto do Vão do Paranã ganhou impulso significativo e atraiu atenção de outros países. “No mundo globalizado é preciso estabelecer cooperações, conexões e troca experiências. Nesse sentido, o governador tem destacado missões a todos os seus colaboradores, secretários e a mim, para que possamos estabelecer essas relações e fazer com que Goiás ganhe em tecnologia e conhecimento”, disse o governador em exercício.

Ao conhecer a abrangência do projeto de Fruticultura Irrigada do Nordeste Goiano, o embaixador Daniel Zonshinee, acompanhado do adido agrícola Ari Fischer, sinalizou o interesse de Israel de fechar uma parceria com o Governo de Goiás. “Viemos para conhecer a realidade de Flores de Goiás e de que maneira a experiência israelense pode ser relevante para esta área. Espero que depois desta visita, possamos pensar juntos e fazer uma cooperação, trazer tecnologias e ideias que, a meu ver, são relevantes para o projeto”, apontou o embaixador.

O secretário Pedro Leonardo Rezende classificou a visita como histórica. “Estamos no caminho para que cada vez mais possamos executar políticas públicas da inclusão produtiva da agricultura familiar. Esse projeto tem o objetivo, de proporcionar alternativa de renda e cidadania a população rural”, pontuou.

Projeto de Irrigação

Em sua primeira etapa, o Projeto de Fruticultura Irrigada do Vão do Paranã prevê a inclusão produtiva de cerca de 150 agricultores familiares dos municípios de Flores de Goiás, São João D’Aliança e Formosa. A iniciativa abrange uma área de 300 hectares, com a perspectiva de produzir 4,2 mil toneladas de maracujá e 6 mil toneladas de manga por ciclo, a partir do segundo e terceiros anos de implantação de cada cultura, respectivamente.

Ana Clezia Santos é uma das produtoras rurais beneficiadas pelo projeto. Ela explica que a estiagem prolongada na região sempre foi um problema para a lavoura, o que comprometia a vida de sua família. Com a irrigação, a esperança se renovou. “Não tínhamos renda, plantávamos algumas coisas, mas não tinha saída. Agora vamos iniciar o plantio de maracujá e manga. Estamos com boas perspectivas por que temos a irrigação. A gente precisava muito dessa ajuda que está chegando”, relata.

Entre os parceiros do projeto estão: Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Goiás Fomento, Universidade Federal de Goiás (UFG), secretarias estaduais do Meio Ambiente (Semad) e Geral da Governadoria (SGG), Codevasf, Embrapa Cerrados, Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e Sebrae Goiás.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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