Nesta quinta-feira, 15, Diego Pupe, ex-assessor de Jair Renan Bolsonaro, disse ao Metrópoles que teve um relacionamento “amoroso e romântico” com o filho 04 do ex-presidente inelegível, Jair Messias Bolsonaro. A declaração ocorreu após ele prestar depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), no âmbito da Operação Nexum.
“Eu tive um relacionamento com o Renan, do qual não falei para ninguém ainda. Eu estava esperando todo esse ‘auê’ da polícia, mas logo logo eu vou falar sobre isso, tá bom? Eu tinha um relacionamento íntimo com ele, romântico”, disse o ex-assessor.
O quarto filho do ex-presidente foi alvo de mandado de busca e apreensão, ao final de agosto, cumprido por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT/Decor).
Outras investigações
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, a operação busca reprimir a prática, em tese, de crimes contra a fé pública e associação criminosa, além de crimes cometidos em prejuízo do erário do Distrito Federal. Além do mandado de busca e apreensão cujo alvo foi o Jair Renan, a operação foi deflagrada também com o cumprimento de dois mandados de prisão preventiva.
A PCDF revelou que os materiais apreendidos na operação, junto com a Operação Succedere, foi descoberto um esquema de fraudes com crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, com o objetivo final de blindar o patrimônio dos envolvidos.
A investigação da polícia apontou para a existência de uma associação criminosa que visa obter vantagem econômica indevida usando um terceiro, “testa de ferro” ou “laranja”, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas “fantasmas”, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas.
Para a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o ex-assessor de Jair Renan contou aos policiais que ouviu Maciel Carvalho, empresário do “04”, que a ordem era transferir a empresa RB Evento para outra pessoa, na época Jair Renan já era investigado pela Polícia Federal por suspeita de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa. Ainda de acordo com Pupe, Jair Renan e Maciel Carvalho são íntimos e que Renan tem conhecimento do que seu empresário fazia.
Além dos crimes indicados pela investigação policial, foi descoberto também que os suspeitos forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, utilizando-se de dados de contadores sem o consentimento deles, bem como mantêm movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior.