Equipe comemora dois meses de êxito de transplante de rim de porco para humano

Uma notícia que enche a todos de esperança, especialmente àqueles que sofrem de problemas renais e necessitam de um transplante. Um rim de porco transplantado para um corpo humano funcionou normalmente por dois meses até a remoção do órgão na quarta-feira, 13. A façanha foi de responsabilidade da equipe do Instituto de Transplante Langone da Universidade de Nova York (NYU).

No mês de julho, pesquisadores do NYUrealizaram o procedimento em um paciente identificado Maurice Miller, de 58 anos, conhecido como Mo, que sofria de um tumor cerebral e estava em morte cerebral. Após 61 dias de estudo, o órgão foi removido em uma data predefinida, marcando o caso documentado mais longo de xenotransplante desse tipo.

Durante o estudo, houve algumas “mudanças celulares inovadoras” que exigiram medicação adicional de imunossupressão para reverter uma rejeição leve, conforme divulgado pelo NYU Langone Health. No entanto, no geral, o rim foi considerado em funcionamento “ótimo”.

Agora, os pesquisadores irão analisar dados desta pesquisa pré-clínica em humanos para avaliar a resposta do corpo ao procedimento e se preparar para ensaios clínicos em seres humanos vivos.

A equipe do NYU Langone usou apenas uma modificação genética para “desativar” a biomolécula alfa-gal, que foi associada à rápida rejeição de órgãos de porco por seres humanos. Além disso, o timo do porco foi transplantado para proteger os rins do ataque do sistema imunológico humano.

Pesquisadores de outra equipe publicaram pesquisas revisadas por pares em agosto sobre novos avanços no transplante de rins de porco para seres humanos. A equipe da Escola de Medicina Heersink da Universidade de Alabama em Birmingham descobriu que os rins transplantados não apenas produziam urina, mas também forneciam a “função renal vital” de filtrar resíduos.

Ambas as equipes de pesquisa utilizaram rins de porco geneticamente modificados, que foram transplantados para receptores em morte cerebral, considerando-se pesquisa pré-clínica em humanos.

Esperança

Os pesquisadores ressaltam que mais trabalhos são necessários, incluindo estudos em receptores humanos vivos, para determinar se os transplantes de rins de porco poderiam ser uma terapia intermediária ou definitiva para pessoas com doença renal terminal. No entanto, estão otimistas em relação ao progresso alcançado.

O Dr. Adam Griesemer, diretor cirúrgico do Programa de Transplante de Fígado Pediátrico do NYU Langone e do Programa de Transplante de Doador Vivo, destacou: “Estamos obtendo evidências críticas sobre o funcionamento de rins de porco no ambiente humano. Ao longo dos últimos 20 anos, adquirimos muitas informações sobre como os rins de porco funcionam para substituir as funções em primatas. Mas a pergunta crítica – ‘Esses dados serão traduzidos exatamente para os receptores humanos?’ – era desconhecida. E pela primeira vez, estamos conseguindo fornecer essa informação. Portanto, esperamos que isso também traga alguma garantia à FDA quanto à segurança de iniciar os ensaios clínicos da fase um.”

É importante destacar que a maioria das pessoas na lista de espera por transplante de órgãos precisa de um rim. De acordo com dados da Organ Procurement and Transplantation Network do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, cerca de 89.000 pessoas estão na lista de espera.

 

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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