Goiás e outros 16 estados vão receber mais uma edição da Operação Mata Atlântica em Pé, uma iniciativa crucial do Ministério Público Brasileiro que visa combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas no bioma da Mata Atlântica. Equipes permanecerão em campo até o dia 29 de setembro, quando serão registrados os resultados, incluindo as áreas desmatadas e as infrações identificadas. A operação teve início nesta segunda-feira, 18, e está sendo coordenada nacionalmente pelo Ministério Público do Paraná.
Esta é a sexta edição da Operação Mata Atlântica em Pé a nível nacional, sendo a sétima no Paraná, estado de origem. Em Goiás, a operação é realizada pelo Ministério Público Estadual em conjunto com a unidade regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar.
Recursos
Ao término das atividades de fiscalização, os órgãos responsáveis apresentarão os resultados desta edição da Operação Mata Atlântica em Pé. Durante a operação, as equipes visitam áreas suspeitas de degradação identificadas com base em imagens de satélite de alta resolução, o que permite a detecção de desmatamentos. O uso de tecnologias avançadas, como o projeto MapBiomas, tem sido fundamental para ampliar a eficácia das ações de fiscalização.
Quando infrações ambientais são constatadas, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente em esferas cíveis e criminais, além de estarem sujeitos a sanções administrativas relacionadas ao registro de propriedades rurais. No ano passado, a Operação Mata Atlântica em Pé identificou 11,9 mil hectares de vegetação suprimida ilegalmente em todo o país, resultando em multas no valor de R$ 52,4 milhões.
Perda crescente
Os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, atualizados em maio deste ano, apresentam uma perda de 20.075 hectares de florestas nativas no período de 2021-2022. Isso representa uma redução de 7% em relação ao ano anterior (2020-2021), mas ainda assim, é a segunda maior área desmatada dos últimos seis anos, estando 76% acima do menor valor registrado na série histórica, que foi de 11.399 hectares entre 2017 e 2018.
Historicamente, Minas Gerais, Bahia e Paraná têm sido os Estados com maiores índices de desmatamento, sendo que apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% ocorreram em propriedades privadas. Florestas estão sendo desmatadas principalmente para dar espaço a pastagens e cultivos agrícolas, com a especulação imobiliária, especialmente em regiões urbanas e litorâneas, também contribuindo para esse problema.